quarta-feira, dezembro 27, 2006

De repente...

Começou a dormir de barriga para baixo. Assim que o ponho na cama, depois de algum embalo (é necessário acalmá-lo da excitação da brincadeira, baixando a velocidade do processador), rebola e aninha-se na fralda. Assim fica. Melhor para nós, parece que assim há menos fugas de noite. Daquelas que obrigam a mudar a roupa a um bebé zangado em piloto automático.

Dos presentes...

Entre os nossos favoritos estão os seus primeiros twins, oferecidos pela madrinha. Não são da Camper, mas sim uns simpáticos bobux. Num sapato um ET, no outro a respectiva nave espacial.
Recebeu mais coisas giras, claro... não consigo listar todas, sem me esquecer de nenhuma.
A quem ofereceu presentes e lê o blog o nosso obrigado.
Ele continua a apreciar muito alguns brinquedos, mas a delirar mais com comandos, telemóveis, botões de aparelhagens, protecções de coluna e, last but not the least, o famigerado tubo do chuveiro. É a vida.

Entretanto

Outro surto de crescimento. Senão veja-se: senta-se sozinho, já o vi gatinhar, embora continue a rastejar, já o vi pôr-se de joelhos e quase em pé. Dá aos braços e às pernas quando está sentado de tanto contentamento. Às vezes o entusiasmo é tanto que se desiquilibra e cai para trás. Chora sentido. Nota-se que já há alguma intenção comunicativa... o léxico de expressões e emoções alarga-se a cada dia. A demonstrá-lo as (por enquanto) deliciosas fitinhas que faz de vez em quando...
Continua querido, querido, embora durma pior. Como diz nos livros, aliás. Também pode ser dos dentes, já lá tem mais um. Enfim, nestas coisas nunca se sabe o que é a causa e o que é o efeito.

Day(s) after

O natal passou-se. Ainda a recuperar do frenesim pré-natalício. O balão enche, enche e depois puf, acabou num instante. Todos os anos o mesmo. Can't live with it, can't live without it.

sábado, dezembro 16, 2006

Nunca falei sobre isto

Mas estou convicta que uma das razões pelas quais o Lourenço é um bebé sereno (sem ser nada pacholas...) é o ambiente calmo em que vive: sem televisão, mas com música; rotinas bem definidas, mas activas; pais muito disponíveis e que passam praticamente o mesmo tempo com ele (ele não manifesta preferência) e uma avó inspirada que nunca deixa de o levar a passear durante as tardes que passam juntos.

Haverá justificação possível...

...para não ter assinalado o oitavo mês do Lourenço?

Não, claro que não. Mas foi uma semana complicada, anyhow... Dois queridos amigos a doutorarem-se no mesmo dia, presentes para comprar e trocar, algumas compras de natal, enfim... estou cansada!
E ele?
Está grande e forte. Os pulmões estão limpinhos, pelo que a tosse e os ranhos não parecem ser graves. Continua a só querer estar em pé. Tem tido uns ataques de riso que, suspeito, devem fazer doer a barriga (tão bom...). Faz caretas amorosas com a língua de fora, rasteja sem grande gosto (gosta mesmo é de rebolar e estar de pé). O banho continua o palco de todas as proezas (a água desinibe-lhe os medos certamente). Deve andar tao empenhado em novas descobertas que se marimbou para as palminhas (se calhar percebeu que é um bocado ridículo ver adultos com cara de parvos a cantar sistematicamente pal-mi-nhas, pal-mi-nhas...). Gosta da mãe, do pai, da avó e de todos. Não estranha ninguém e, em abono da verdade, sorri e dá miminhos sem qualquer critério (nisto não sai nada a mim que era um bebé mete-nojo-choramingas-atrás-das-saias-da-mãe). Acentua-se a preferência pela mão esquerda (iupi: sai a mim, sai a mim ;)...) Com as mãos manipula e transfere os brinquedos com mais segurança a cada dia. Os brinquedos e os (nossos) óculos. Como bom rapaz que é, ainda por cima é bruto. Na fona de nos arrancar os óculos da cara, distribui murros e palmadas como se não houvesse amanhã. Ai.

Esta semana deu em acordar a choramingar de noite uma ou duas vezes. Estranhámos e tememos que viesse uma «fase» má de sonos... Mas afinal a causa estará, por esta altura, à vista: um dente com uma serrilha afiada e a estrear na gengiva superior do lado esquerdo.

Ps. Até punha fotos mas deixei a máquina elsewhere...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Novembro

Ainda a propósito de Novembro: três anos de nós e um ano de rapazolas a chuchar na língua, entrevisto no monitor do ecógrafo.

Não tenho tempo

Para escrever, para me coçar, para fazer o doutoramento.

Entretanto... muitas palminhas (mesmo de madrugada, depois de mais um xixi fora da fralda). Um arrastar sofrido. Papá muitas vezes e mamã ontem (pelo menos parece-me, mas ainda sem grandes certezas: papá pode muito bem ser papa também) Passar objectos de uma mão para a outra e rodá-los para os observar minuciosamente.
Tosse e ranho. Não evolui, mas também não passa. Marquei para a pediatra para a semana. De caminho medimos e pesamos tantas evoluções.

* não tenho tempo, mas estou feliz...

domingo, novembro 26, 2006

Esta semana

Foi cheia. Só quer pôr-se de pé, agarrado às nossas mãos. Ainda não sabe o que fazer com isso pois verifica amiúde que os brinquedos ficam lá em baixo e vai daí fica numas posições de equilibrismo em que os nossos braços servem de apoio para os seus muitos quilos. As costas da avó que o digam. É um tal de sobe e desce que deixa a baby sitter derreada. Também confirmei que não é preciso muito para fazer uma criança feliz. Uma pirâmide de copos de plástico coloridos que custaram a módica quantia de 2 € e tal entraram directamente para o top five dos brinquedos favoritos. Com eles percebeu como era divertido bater com as coisas umas nas outras e ocasionalmente que uns cabiam dentro dos outros. Entretém-se imenso. Não se arrasta, mas rebola, que vai dar ao mesmo. É calmo, mas irrequieto, sempre à procura de novas superfícies para roer.

Gasta por dia dois pijamas, pois não há fralda que resista às suas humidades. Mais estranho ainda é não acordar com isso. Só de manhã cedo damos conta das inundações.

Uma tosse que não evolui, mas também não vai embora obriga-nos a frequentes sessões de aerossois. É giro vê-lo sossegado a fazer o misterioso tratamento (uma máquina que que deita um fumo frio) ao som de uma qualquer cantiga, exigindo apenas segurar no tubo verde. Desconfio que não há muitos bebés tão colaborantes.

Um dia destes a avó não conseguiu pô-lo a dormir a segunda sesta. Entretanto cheguei e as minhas saudades não o deixaram ir à cama. Brincou muito. Consegui a custo dar-lhe a sopa. Depois não aguentou mais e, pela primeira vez, não comeu a sua amada fruta.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Não queremos

Que o nosso filho tenha medo da matemática. Diz-se que é mais por via dos números que das letras que o futuro sorri, money wise. Que se deve aprender a conviver com os números e tal. E como dizem que é de pequenino...


... ei-lo aqui a confraternizar com o três! ;)

Este post não é sobre o Lourenço

É sobre a Inês, sobrinha querida. Ela faz parte da minha vida e, felizmente, da do Lourenço também. Ele encanta-se com ela e sorri-lhe muito. Há um entendimento entre as crianças que é maravilhoso. Falo dela porque ela também é o meu coração e tudo o resto. E falar dela faz todo o sentido. Falo hoje porque, no armário das roupas da Alice, estavam penduradas camisas de gola e vestidos de xadrez que um dia vesti à Inês ali ao lado, enorme, linda e «dread» no alto dos seus nove imensos anos. E bateu uma saudade... De a ver cirandar nos seus vestidinhos, chuchar nas suas duas chuchas (põe uma, tira outra, põe uma tira outra), de a ter enroscada no meu colo. Saudades, tantas saudades.

Agora

O Lourenço é o bebé intermédio. Entre o frenesim dos quase dois anos da Alice e os dois serenos meses do pequeno Pedro. Foi muito bom vê-los juntos: a estagiar para brincadeiras futuras.

Este bebé

É um espectáculo. Sê-lo-ia sempre, porque é nosso. E é giro. Mas isso toda a gente sabe... É um cliché. Mas, de facto, é um espectáculo. Às vezes fazemos-lhe umas vilanias (adoro a palavra vilanias). Vamos jantar a casa de amigos e ele acaba por não conseguir dormir... às vezes, como no sábado, acresce uma tarde de visita a outros bebés (barulho e agitação qb). Mesmo assim, quando até se perceberia uma birra, um cansaço mal disfarçado em forma de choro, ele coopera. Sonolento sim, mas bem disposto. Pronto para a brincadeira. À hora da bela adormecida, antes que o carro se transforme em abóbora, vamos para casa. Lá chegado, dormindo profundamente na cadeirinha, é acordado. Podia vingar-se com razão. Mas nem aí. Toma o seu banho tardio e o leitinho da praxe e dorme de seguida sem refilar. E o melhor, o melhor mesmo, foi acordar no dia seguinte, apenas com uma chucha perdida algures pela noite, pelas dez da manhã. É um espectáculo. Como costumo dizer, mesmo que a partir de amanhã tudo mude, estes sete meses e uns dias já ninguém nos tira...

segunda-feira, novembro 13, 2006

Quotidiano alimentar (3)

Para memória futura registe-se:

Gosta muito de fruta, todas as frutas, misturadas ou sozinhas. Cruas, reduzidas a puré com a varinha mágica. Este rapaz é, aliás, um sorvedouro de frutas. Gosta muito de algumas sopas, principalmente desde que começámos a inspirar-nos no livro de receitas emprestado pela Tia V.. No top five está certamente a sopa de abóbora com maçã e galinha, embora não torça nada o nariz a uma de courgettes com frango. Gosta de chá (do dele, para dormir melhor). Delira com uma cerelac nova de 8 cereais com mel (sabe a nestum ;)).

Não é nada esquisito, por enquanto.

No banho

A avózinha comprou o tapete anti derrapante. O Lourenço faz a festa. Não se aguenta sentado muito tempo, apenas porque num ápice se lança sobre o dito cujo tubo do chuveiro. Para tal lança mão de todas as proezas possíveis e imaginárias: de joelhos, quase em pé, agarrado só com um braço, com os dois (assim de bruços), enfim, um rol de habilidades nunca vistas fora do meio aquático. Qual patinhos, caranguejos ou barquinhos. Tubos de chuveiro: muito feios de preferência.

domingo, novembro 12, 2006

Sete meses!


Na sexta feira. Cheguei a casa e fiz uma sessão de fotos. Estava bem disposto... Rebolava, abria as gavetas, espreitava lá para dentro, e rebolava mais um pouco. Ele fica muito contente quando eu chego. Eu também fico. Venho a correr... e custa-me como nunca as inusitadas filas de trânsito que me afastam do meu bebé.
Acho que são sete meses bem vividos. Calmos e felizes. O Lourenço é um bebé zen.

*repare-se nos dois pequenos dentes que adornam este lindo sorriso ;)!

segunda-feira, novembro 06, 2006

Um sorriso do Lourenço

Para as amigas que à força de muita persistência e força de vontade conseguem
alcançar os seus objectivos. Ficamos muito felizes!

Nem todas as aprendizagens têm assim tanta graça

Gritar ou guinchar para chamar a nossa atenção.

Para a Filipinha

Que está longe, do outro lado deste mar mas bem perto do nosso coração. Ontem, na praia, lembrei-me em como ela gostaria de estar ali a curtir o sol e a companhia dos amigos.

sábado, novembro 04, 2006

Constato

que não escrevo há uma semana. Os dias passam a correr, parecem ter menos horas do que dantes. E não rendem: só na quarta voltei a ver o Pedro pequenino. Um rapazola lindo lindo, vestido com roupas onde já coube o Lourenço. Parece mentira. O meu bebé também está cada vez mais crescido. Percebeu finalmente que abrindo a boca face à colher cheia se saboreia melhor e evita limpar tantas vezes a cara (coisa que claramente detesta). Rebola como forma de locomoção, embora já lhe tenha tentado explicar que não é um meio muito preciso quando se quer alcançar alguma coisa. Fica feliz quando encontra as gavetas baixas, abre-as e quer espreitar lá para dentro. Também se lança para a beirinha da banheira e quer espreitar lá para fora. Como todos os bebés rapazes que conheço é um bocado bruto no manuseamento das coisas e das pessoas. Puxa cabelos animadamente. Brinca ao «não estou cá!» puxando a fralda para a cara, destapando o sorriso nº 1 ao som do «'tá aqui!!!». Gosta de argolas onde possa enfiar os dedos e puxar e bater. Todas as que encontra são alvo das suas investidas. Tudo isto acompanhado de muita conversa, sorrisos e gargalhadas ocasionais. É feliz, acho eu.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Em como a expressão «enquanto um diabo esfrega um olho» ganha todo um novo significado ...

Lourenço no meio da sala,

Lourenço debaixo da cadeira.

O ser humano é assim mesmo

Gosta de explorar os limites do seu pequeno mundo. Da imensa manta com brinquedos que temos na sala, o Lourenço prefere as fronteiras, onde encontra novas texturas, temperaturas e objectos. Ou seja: onde pode raspar o tapete por debaixo da manta, sentir o chão frio por debaixo do tapete e ligar a aparelhagem cheia de botões.

Coisas que fazem muita diferença na vida de uma pessoa

Dormir oito horas seguidas.
Obrigado bebé.

Não gosta

Que falemos ao telefone junto dele. Muito menos se mostramos algum entusiasmo. Faz beicinho e chora. Vá lá perceber-se porquê.

Nestes dias

Dá vontade de lhe chamar re-bolinha, síntese perfeita entre os seus 8,5oo kg e a sua forma de locomoção.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Do quotidiano alimentar (2)

Depois (num dia até bastante bom, uma vez que a refeição era papa e não sopa verde).

Do quotidiano alimentar

Antes de fechar a boca em vez de abrir, cuspir em vez de engolir, meter a mão na boca e de seguida esfregá-la na cara, olhos e orelhas, espirrar dez vezes com comida na boca.

Apesar de

Andar no lufa lufa entre bebés e trabalho, incansável e competente, a tia G. não se esqueceu do desejo imenso que esta mãe tinha de comprar uns bobbux para este filho. Estão lá à nossa espera.
Em troca levamos roupas demasiado pequenas e muitas saudades dos meninos lá de casa.

Não sei explicar porquê

Mas gostava que ele fosse canhoto, como eu.
Até agora parece preferir a mão esquerda, para minha alegria, mas sei que não é definitivo.

Porque as fronteiras do parque já não me deixam rebolar até onde quero*


Aqui fica uma fotografia para recordação.
Este fim-de-semana convertemo-nos à manta no chão.

terça-feira, outubro 17, 2006

O maravilhoso mundo dos novos sons

Da, ta, ga, pa, na... não necessariamente por esta ordem. Aliás sem nenhuma ordem. Umas vezes uns, outras vezes outros. Ah e por a língua de fora e aspergir o que o rodeia. Por algum milagre ainda não percebeu que fazer isso com comida lá dentro pode ser bem mais divertido (e sujo).

Gosta

Muito, muito de uma argola de crochet às cores.

Locomoção (2)

E eis senão quando o rapaz desata a rebolar, a esticar-se todo, a tentar mexer-se.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Agora gosta tanto do banho

Que procura afincadamente distribuir a água que está dentro da banheira por toda a casa de banho e seus ocupantes. Para memória futura registe-se o facto de o Lourenço preferir, sem pestanejar, o tubo do chuveiro aos caranguejos giros giros que me custaram 8€ na loja da Chicco. Não me parece nada bem. Ainda por cima porque o dito está na lista de dispensáveis (a substituir) cá de casa desde o início.

As gargalhadas

De um bebé são deliciosas. Tão deliciosas que, muito frequentemente, nos prestamos a figuras perfeitamente patéticas para as provocar. Ainda bem que ninguém vê. Ultimamente o Lourenço ri-se imenso. No fim de semana foi o Luís que nos deixou a todos com dores na barriga de tanto rir. Depois disso têm sido todos os dias as sessões de gargalhadas: começa a gostar (finalmente) das palhaçadas, que se lhe preguem pequenos sustos de brincadeira, que dancemos à sua frente e de cócegas na barriga.

Hoje, e em jeito de homenagem à Ju que nos deus os cds Palavra Cantada, as gargalhadas foram para a música da sopa (acompanhada, claro, por coreografia pateta). Uma maravilha de encher o coração.

«Que é que tem na sopa do neném...»

Locomoção

Nestas coisas cada um é como é. Uns mais cedo, outros mais tarde. Mas vejo que não é persistente. Se há um boneco que lhe interessa e está mais longe, tenta uma, tenta duas vezes, e se não consegue vira-se para outro brinquedo qualquer. Por outro lado, aguenta-se cada vez melhor sentado, embora se atire para trás quando está cansado. Ou caia para o lado quando se desequilibra. Mas sem dúvida que evoluiu imenso neste aspecto.

No dia a seguir...

Outro dente! :)
Se isto fosse sempre assim...

terça-feira, outubro 10, 2006

segunda-feira, outubro 09, 2006

Só coisas novas...

Papaia.
Papa lactea (Cerelac multifrutos).
Beber pelo copo.
Dormir muito.
Um dente. Em baixo, do lado esquerdo.

domingo, outubro 08, 2006

Frase mais repetida cá em casa


«Está mesmo giro, não está?»*




*A cada nova fase mais o bebé nos conquista. É simpático, calminho, bem-disposto, cada dia mais esperto e desperto para o mundo, mais atento, mais carinhoso. Vemo-nos nos seus traços e sentimos que é feliz. E nós com ele. Parece um bocado aleluia, mas não tem explicação. A vida corre-nos bem :).

Assim do nada

Dormiu oito horas seguidas e ficou dez sem comer. No dia seguinte adormeceu pelas 10 e só voltou a dar sinal (sem chorar) quase às seis. Estranho para quem sistematicamente acordava à meia noite para comer, choramingava pela chucha pelas três e voltava a acordar por volta das cinco, seis.
Estou convicta de que foi o chá para bebés. Um chá biológico chamado noite calma que me acenou da prateleira do supermecado, apelando às recordações das noites bem dormidas de antigamente. Hoje decidi não lho dar, para perceber se teria sido efectivamente o poder a camomila e de mais não sei o quê que doparam a criança...

Fico feliz

Por ter sido ele a decidir terminar com a amamentação. Menos uma decisão difícil para mim. Deixou de querer aos poucos. Primeiro de um lado. Não gostava, não queria e só descansava quando lhe dava o que queria. Depois nem esse. Foi há uma semana, e só tenho pena de não ter fixado a última vez, para decorar bem a sensação e os pormenores do momento. Enfim, não me despedi. Não deixa de ser um elo que se quebra, se bem que não sou de todo fundamentalista da amamentação (acrescento mesmo que há um discurso sobre a maternidade exacerbada, mais ideologia que outra coisa, que me enerva profundamente).
Tinha decidido amamentar até aos seis meses. Uma data como outra qualquer. Mas já que tinha aguentado até aqui (com o Lourenço a tomar suplemento só na mamada da noite desde os dois meses) queria chegar aos seis. Mas ele não quis. Agora só quer o biberão, que saúda com muito entusiasmo cada vez que o vê. Para me mimar bebi uma água com gás, sumo de laranja e anseio a oportunidade de acompanhar uma refeição com um copo de vinho tinto.

Esta semana

Voltei ao trabalho. Bem devagar. Experimentei ao longo dos dias uma nova sensação: ter na cabeça dois ecrãs. Um que vive a vida de sempre e outro que está onde está o bebé. A pensar nele, a lembrar-se dele, a imaginar o que está a fazer e a sentir. Não quer dizer que não viva em pleno o reencontro com um quotidiano de que gosto muito. Soube-me muito bem andar com uma mala só com as minhas coisas, para variar. E ver-me integrada em projectos e ideias a médio prazo. Almoçar com os colegas na cantina e demorar-me um bocadinho no café a deitar conversa fora.
No entanto, o meu bebé acompanha-me sempre, em pequenos flashes e imagens no tal duplo ecrã. Sempre ligado de hoje em diante.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Meia Praia


E pés na água fria.

Não havendo metro à mão

Avalio o crescimento no desaparecimento súbito das dobras nas calças.

Anda (mais) rabugento

Por causa dos dentes. A avaliar o modo como morde furiosamente tudo e mais alguma coisa, avizinham-se noites mais difíceis do que esta. Devia haver uma «easy way» para isto.

Voltar ao Trabalho

Desafio Nº 1: sair de casa sem «demasiadas» nódoas de babas e bolçados*.

* Muito difícil, senão impossível.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Às vezes parece demasiado bom para ser verdade

Durante o dia, e a maior parte das noites, entrevemos o cansaço depois da brincadeira. Enrosca-se nos bonecos ou fica assim parado a olhar para nós. Pegamos nele e pomo-lo na cama. Depois rebola para um lado e para o outro a raspar o lençol. Às tantas suspira resignado e adormece. Sozinho.

Já desde os dois meses

Que constato que o meu filho partilha comigo a condição de bol(ç\s)eiro.

Para desanuviar

Olho para ele. Anda tão feliz! Penso que o furioso apertar de narises, bochechas e orelhas, devidamente acompanhado de baba e sorrisos são mimos dele. Sabem muito bem.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Daqui a uns anos

Os cinco meses e meio que os separam serão tão pouco importantes como os insignificantes três que me separam da mãe do Pedro. Ele nasceu na madrugada de sábado e é muito bonito. Gostava muito que os dois, com a Alice claro, viessem a ser companheiros de brincadeiras e quem sabe, lá mais para a frente, que fossem tão bons amigos como nós somos ainda hoje, passados tantos anos de partilhas e confidências.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Coisas da Ria

Há lugares onde somos (temos sido, aliás) particularmente felizes. Este é um deles.
É tão bonito que até doi. Continuam a faltar as palavras certas para agradecer a quem nos deu a conhecer este pedaço de paraíso. E que continua a partilhá-lo connosco.

Pés na areia

Gostamos...

Muitas coisas novas


Em poucos dias. O bebé cresceu. Exprime-se com vigor e vontade. Palra muito. Cospe ao tentar fazer novos sons. Agarra tudo com as duas mãos. Só quer estar em pé e aguenta-se cada vez melhor sentado. Rebola com mestria. Já tinha feito umas tentativas tímidas, mas sempre com muita frustração e braços presos à mistura. Agora fá-lo com vontade. Agarra-nos como se nos abraçasse e gosta de pousar a mão no nosso pescoço. Esfrega a orelha dele quando está com sono. E gosta de explorar as fronteiras do seu mundo raspando com os dedos todas as superfícies. Está a maior parte das vezes bem disposto. Muito mesmo. Além do mais está lindo.

Nem sei por onde começar



Foram dias tão bons.

Voltámos

Com um misto de ansiedade ainda coberta de felicidade das férias.

domingo, setembro 10, 2006

Para memória futura

Marisa Monte, cujo espectáculo de ontem nunca poderíamos perder, faz parte da banda sonora da nossa vida. Por todas as razões. Pano de fundo para o primeiro beijo, embalou o Lourenço na barriga, e sossegou o bebé cá fora, à hora do banho, muitas vezes desde que nasceu.

O bebé está crescido

Faz coisas novas, que ditas assim parecem não ter muita importância, mas que para nós são fantásticas. Os pés que servem de brinquedo, o sentar com mais confiança, os bonecos que se agarram com duas mãos. As rotinas cada vez mais estáveis. As sopas que se adoram. Dormir cada vez mais de noite (gosto particularmente deste avanço, não vou mentir...).
Nesta experiência, ou melhor, nesta nova vida de mãe, para mim o mais fascinante é, sem dúvida, descobrir o mundo por outros olhos, vendo todos os dias a «magia» dos pequenos nadas .

Esta semana

Nem escrevi. Não que o bebé não tenha dado motivos. Novas conquistas e um surto de desenvolvimento. Daqueles que vêm nos livros. Não escrevi porque não tive tempo. Estive a trabalhar, a fazer uma coisa que faço todos os anos e de que gosto muito. Talvez por isso não tenha sido tão duro como pensei. Por isso e porque pude vir a casa dar o lanche ao meu bebé, estar com ele, matar saudades. Fará toda a diferença deixa-lo em casa, junto dos seus brinquedos, das suas rotinas, das pessoas que gosta. Eu própria fui para o infantário aos quatro meses. Não morri, consta até que ganhei muito bons hábitos. Mas é diferente. Ele é tão pequenino. Fica muito melhor assim, aos cuidados da avó. De qualquer modo não sou dada a dramas. O que tem de ser tem muita força.
O regresso a sério está marcado para Outubro. Com muita confiança e sem culpas.

Hoje

Cinco meses e um novo corte de cabelo.

sábado, setembro 02, 2006

Para a semana

Sou eu que vou ter de aprender coisas novas. Passar o dia longe, a trabalhar, a ansiar a hora do regresso.

Ontem

Um manipular dos pequenos objectos mais convencido. Hoje, os pés nas mãos. A cada novo dia uma nova conquista.

Ao contrário da papa

A introdução da sopa (e da fruta) foi um sucesso. O bebé gostou. O organismo reagiu bem. Dia após dia constato que a sopa sabe melhor do que qualquer outro alimento. Uma surpresa.

terça-feira, agosto 29, 2006

O meu filho é tronchudo


Fomos à pediatra que pesou, mediu e fez tudo aquilo que os médicos fazem aos pacientes deitados na marquesa. Nos entretantos, o bebé gargalhou para a médica, animado com o gesticular dela.
Pesa bastante, tende a ser rodinhas baixas, e tem uma cabecita a dar para o grande (acima da curva 95 dos percentis). Nada que o peso sentido nos braços não denunciasse. Quanto à dimensão da cabeça, não me apoquenta, ainda hoje é raro encontrar um chapéu que me sirva. A genética faz das suas, afinal. Que sirva para guardar ideias. Muitas.
Vamos comer sopas, já amanhã. E com tudo isto, sinto que a amamentação está a chegar ao fim. Já foi bom. Muito bom.
As babas são muitas. Perguntou se algum de nós teve dentes cedo. Infelizmente não faço ideia. Por isso, é possível que os dentes já venham a caminho.
De resto é um bebé normal. Faz tudo o que é normal na sua idade. Esperto, activo, atento e cada dia mais curioso. Amplia as fronteiras do seu mundo todos os dias.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Um grande, grande obrigado




À Família Silva e à Família Cavaco, que ontem deram início à biblioteca privada do Lourenço.

We got ourselves a new friend

sexta-feira, agosto 25, 2006

Fui ao Ikea



E não resisti. Trouxe uma avestruz, um elefante envergonhado, uma tartaruga musical, e um camelo às bolas (em memória do saudoso areias, heroi durante uma curta fase da minha infância).

A última moda

É adormecer aqui e acordar acolá, com os pés para a cabeça, ou cá mais abaixo enroladinho no canto da grande cama que o bebé tem.



Esta noite o burro zurrou, o passarinho cantou (os bonecos pendurados na cama accionados com os pés), e o bebé nem deu por nada...

Ontem


Fui ver o pequeno Raúl. Nasceu na véspera de cesareana, como o Lourenço. Peguei-lhe ao colo e repeti o que muitas mães disseram ao pegar no Lourenço, ainda na maternidade: «Eu nunca tive um filho deste tamanho!»

(o Lourenço com dois dias, prestes a ir para casa)

E, no entanto, tive.

terça-feira, agosto 22, 2006

Ultimamente

Vejo que se entretem muitas vezes sozinho. Na cama, rodeado de brinquedos, fala com ele e com o seu mundinho. Dá aos pés e expolora as mãos. Fica muito feliz quando vê uma cara, prefere claramente a companhia. Mas já não se importa de ficar um pouco só com ele. Um pouco, só. Que se for muito tempo também fico com saudades.

Vacinas (take 3)

O tipinho nem miou. Sorriu para a enfermeira, para nós, e foi como se nada fosse. Eu, que tenho horror a agulhas, acho que isto não é normal.

segunda-feira, agosto 21, 2006

O bebé recuperou a voz...

... mal chegou a casa. Já os meus contactos, enfim, ficaram perdidos para sempre. E eu nem sequer fiquei muito chateada. A combinação bebé+hospital faz-nos concentrar nas coisas verdadeiramente importantes da vida.

A 1ª doença

Uma laringite viral levou-nos a voz do bebé. E levou-nos às urgências onde passámos sete horas a fazer nada de especial. E levou-nos o telemóvel através de um larápio infiltrado dentro do serviço. Há dias levados da breca...

quarta-feira, agosto 16, 2006

Comer papa é bom!

E eu gosto...

Rotina

Andamos à procura da rotina certa. Banho antes da papa ou mais ao fim da noite? Acordar para comer à meia noite? Ou esperar que acorde? Amamentando é mais difícil, parece-me, estabelecer horários. Todos os dias muda e é complicado estabelecer as quantidades de leite ingerido. Por estes dias andamos a tentar que o Lourenço deixe de mamar a meio da noite cada vez que desperta de um ciclo de sono. A ver se se vai habituando a dormir mais horas de seguida sem comer pelo meio. Até nem é difícil. Basta algum embalo e volta a adormecer. Nós vamos somando noites dormidas aos bocados. Não é assim tão perturbador, se bem que na altura custa muito acordar aos tropeções para cuidar do bebé. Há-de passar. Todos os dias são aprendizagens. Cada dia sabemos melhor o que fazer para resolver cada situação, conhecer-lhe as nuances, os pequenos sinais. Já não é só gostar (muito) do bebé. É gostar (muito, muito) deste bebé.

segunda-feira, agosto 14, 2006

De um dia para o outro

Roda 360º sobre si próprio. Parece um compasso.
Passa a vida a afinar a voz num ahhhhhh em diferentes tons.
Dá palmadas enérgicas em qualquer superfície. Mãe, pai, cama, cadeira, tudo.

No fim de semana

Íamos ficando fechados no Parque do Monteiro-Mor. O guarda ia a passar à frente do portão fechado. «Ó da casa!» foi o grito que me ocorreu. Lá veio abrir-nos o portão e chegámos seguros a casa. Da próxima (em breve, aquilo é tão bonito), ir mais cedo e pôr um lembrete no telemóvel a lembrar que o parque tem hora para fechar.

Papa (take 2)

Tudo certo. Prato vazio. Bebé satisfeito. Prova superada. Viva, viva!

Papa (take 1)

Tudo a postos.

Mas... hora errada (demasiada fome); consistência errada (demasiado líquida); estratégia errada (dar de mamar um pouco antes para aliviar o desespero). Resultado: berreiro inaudito, papa escorrida por todo o lado e três míseras colheres engolidas.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Aos quatro meses


Interage cada vez mais. «Conversa» com os bonecos e com as pessoas.Chucha na chucha, nos dedos, nas orelhas da Miffy, em todos os bonecos, nas minhas mãos, em todas as mãos se deixassem. Enfim, a boca é uma das portas para explorar o mundo.
Faz um beicinho lindo quando fica sentido ou se assusta. Gosta cada vez mais de estar virado de barriga para baixo. Ainda agora estava para ali a tentar chegar a uma almofada colorida, batendo desesperadamente com o bracinho na cama e dando aos pés. Ri à gargalhgada com mais frequência, mas sempre a propósito de nada (como tossir e bater com a roda do carrinho no passeio simultaneamente: desmanchou-se!). Gosta de machonice. E de música. Desde que mudou para a cama grande dorme melhor. E nós também. Daqui a pouco a primeira papa. As pilhas da máquina já estão a carregar. O mundo está num rebuliço, mas para nós são dias felizes estes...

Quatro meses

Já?

Lenga lenga favorita

Era uma vez um rei
com uma grande barriguinha
comia, comia
e mais fome tinha

(Devidamente acompanhada de melodia e repetida até à nausea a partir do banco da frente do carro quando viajamos sozinhos os dois. Acalma quase todos os desesperos e solidões.)

No Jardim da Estrela


Compõem-se fins de tarde fresquinhos. Em boa companhia.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Memorabilia (2)


Quem é que dormiu na cama de grades, no seu quarto, sem sobressaltos a registar senão um burro pendurado nas grades a zurrar (accionado por um pé maroto a meio da noite)?

(em treino de ambientação há três semanas atrás)

O berço estava definitivamente um tamanho abaixo do necessário. Convencemo-nos de que uma das razões para os maus sonos eram os pés e os braços permanentemente a encontrar obstáculos de verga. Já a dormir na cama dele, uma parede a separar-nos, olhei para o berço vazio e senti-nos a crescer: onde está o bebé?

domingo, agosto 06, 2006

Ontem

No Jardim da Estrela vi um bebé com mais cabelo que o meu.

As noites

Têm sido terríveis. Esqueceu-se da fórmula mágica (seis (quase sete) + quatro horas de sono limpinhas) com que nos tinha começado a brindar há um mês. Agora, quase com quatro meses, voltou a querer comer de quatro em quatro horas ou mesmo (terror dos terrores) de três em três. Acordo com aquela sensação de ter sido atropelada por um carro do lixo. Valha-nos a facilidade em adormecer. Come, vai para a cama e dorme. Isso e ter um acordar (ao contrário do meu, diga-se de passagem) muito bem disposto e sorridente.

Esta semana

Aconteceram coisas que, para nós, são importantes. O samba crescente na banheira obrigou a que o banho passasse definitivamente a ser dado na casa de banho. É uma nova etapa que obrigou ao repensar a logística da coisa. Nada demais. O Lourenço não deu pela diferença. Já as nossas costas agradecem.
Fomos, pela primeira vez desde que o bebé nasceu, sair os dois sem ele. Já tínhamos ido uma vez ao supermercado enquanto a minha irmã tomava conta dele. Mas isso não conta. Não há qualquer glamour romântico numa visita ao Continente. Desta vez a minha mãe ficou em casa com ele enquanto íamos comer uma pizza. Portámo-nos todos bem. Afinal, consegui ficar pelos dois telefonemas. Tem graça que ficando ele com o pai, fico muito mais descansada. Prolongo a saída sem culpas. Já com outras pessoas (e nada tem a ver com a capacidade dessa pessoa em tratar dele) é diferente. Enfim, acho que todas as mães e pais passam por esse sentimento.
Avizinha-se a primeira papa. Tudo a postos: papa comprada, louças desembrulhadas, colheres macias e babetes coloridos.

Efemérides

Há um ano fiz um teste de gravidez que deu positivo. Havia alguma expectativa, mas nenhum sintoma. Nesse dia fomos levar uma querida amiga ao aeroporto. Ela voltava a casa, no Brasil, depois de uma segunda temporada em Portugal. Emocionam-me as despedidas, mas nunca, como naquele dia, chorei assim. Uma nostalgia inexplcável fazia com que as lágrimas jorrassem, sem que conseguisse parar. O A. dizia apenas «Deixa lá, havemos de lá ir para o ano!». Mas não era isso. Ou melhor, não era só isso. Algo se estava a passar. No caminho de casa decidi que ia comprar um teste. O A. iria fazer uma visita aos pais. Decidi fazê-lo sozinha. O resultado foi o que se sabe. E, em abono da verdade, só me lembro da sensação de estranheza quase vazia que se seguiu. Será verdade? Nada me parecia real. Enquanto o A. não chegava a casa sentei-me no sofá à espera. Não sentia nada de especial, talvez uma alegria contida, misturada com receio. Um único pensamento martelava na minha cabeça: agora, sim, era a sério.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Babybjörn

Temo que não vou utilizá-lo por muito mais tempo. Os sete quilos do rapaz são excessivos para as minhas costas. Mas gosto muito (o pai então é fã, pode ser que as costas dele resistam mais algum tempo). Primeiro, encostadinho a mim, adormecia com o embalo, enquanto íamos às compras aqui no bairro. Agora, virado para o mundo, é uma alegria. Giro é vê-lo «comprar» os sorrisos dos transeuntes e logistas com um qualquer agitar de braços e pernas, sem falar do olhar (permanentemente) espantado.

É difícil

Captar o seu sorriso. Pode estar que tempos em delírio sorridente que mal vou buscar a máquina, passa a fixá-la muito sério, acabando a brincadeira. Já aconteceu vezes sem conta. Quer isto dizer que entre as minhas macacadas e a máquina, tem ganho a máquina.


Tirando algumas deliciosas exepções.

terça-feira, agosto 01, 2006

Outras vezes


Parece que brinca às escondidas.
Agora não estou cá!

A dormir

Parece, às vezes, uma velhinha com os braços chegados ao peito a fazer malha.

Intermezzo

Vírus no PC. Muita chatice. Laptop novo numa óptima promoção. Tudo a postos para recomeçar.

quinta-feira, julho 27, 2006

Aprendizagens (2)

Cada dia há novas «proezas» a registar. Aprendidas durante o sono, só pode, porque nunca o tinha visto sequer a ensaiar tais manobras. A proeza de hoje chama-se sincronia, ou seja, conseguir fazer várias habilidades ao mesmo tempo. Estar de barriga para baixo e agitar um dos braços e palrar simultaneamente. Desvirar-se com uma facilidade nunca vista em todas as direcções. E, por último, chuchar, palrar e gargalhar ao colo para encanto dos pais.

Foi, de certeza, para nos consolar da noite passada a caminho do berço.

Sinfonia (cada vez menos ) silenciosa

Quando agita os braços, e fá-lo com cada vez mais convicção, o meu bebé parece um pequeno maestro, muito inspirado pela música que orquestra.

quarta-feira, julho 26, 2006

Contra factos não há argumentos ( ou isto não é só um baby blog)

Sei fazer de quase tudo na cozinha mas, após anos de tentativas, assumo: não consigo fazer maionese.

Traços de carácter

Suspeito que o Lourenço será do tipo observador silencioso. Como o pai, aliás. Fica muito atento a ouvir as pessoas a falar e mantem-se assim a olhar, quase sem nos apercebermos dele, enquanto duram as conversas. Por um lado, ainda bem, não sei quantos tagarelas um só agregado doméstico consegue suportar.

Há um ano

Ele já existia. Nós é que ainda não sabíamos.

Aprendizagens


Os olhos fixam o objecto e as mãos esforçam-se aficandamente para o atingir e agarrar. Distrai-se bastante tempo com os bonecos. «Conversa» com eles. Gosta particularmente dos que a Família Silva deu. Tanto que não raras vezes o encontramos camuflado pelos bonecos, de tanto que os puxa para junto de si (da boca, para ser mais precisa) com afinco e entusiasmo.

segunda-feira, julho 24, 2006

Colos

Especialmente doces.
(com um mês e meio)

Crescer




Ele cresce a passos largos. Basta observar que o espaço que sobra à volta dele no berço é cada vez menor. De pequeno lilliputiano a Gulliver. Em três tempos lá teremos de fazer um upgrade na cama.

Do outro lado do atlântico


Chegam-nos sempre verdadeiras pérolas, plenas de ternura, sensibilidade e muita saudade.

quinta-feira, julho 20, 2006

Às quartas

É dia de avó. Ela chega pela hora de almoço, afogueada, já depois de uma primeira incursão nos supermercados do bairro (que ela acha fantásticos) a comprar coisas que a bisavó encomendou. (A minha avó de 91 anos pensa que a minha mãe de 67, como é mais nova, pode carregar com quilos de compras...). Vem cheia de saudades do netinho. Acha que já não vai «acompanhar» mais nenhum. Palerma.
Fica com ele enquanto vou à ginástica. Diz sempre que se divertiram muito. Acredito. Até hoje correu tudo bem. Confio em absoluto nela, ou não tivesse sido mãe de seis (diz que tinha sempre saudades de ter bebés pequeninos). Até aqui tudo óptimo. O que me intriga é a falta de objectividade com que aprecia as evoluções do Lourenço. Se a ouvirmos falar dele concluímos, por exemplo, que ele já diz (quase, quase) mãe. Já sabe pedir mais música (???). E até já percebe a brincadeira do cucu. Um pequeno génio portanto. Por muito que observe (e já se sabe como são os olhos de mãe) não vejo nada disso. Tenho esperança de que venha a ser muito esperto, mas por enquanto é um bebé de três meses com tudo no lugar. Concluo que pior que olhos de mãe, são os olhos (desta) avó. Vêem tudo meio distorcido, neste caso, um bocado ampliado...
Em tudo na vida, a minha mãe lembra um personagem de uma sit-com.

quarta-feira, julho 19, 2006

Há coisas que não obedecem a qualquer lógica

Os tamanhos das roupas dos bebés, por exemplo.

As noites

Passam-se em vigília estranha. Dorme-se profundamente e acorda-se de repente. Com o passar das semanas, já não me levanto de um salto. Adormeço frequentemente a dar de mamar. Confundo os barulhos dos sonhos com os da vida real. De noite tudo se torna difuso e dou por mim a pensar no que é que se passa, se já terei deitado o bebé, apalpando em volta à procura dele. Dou graças porque basta pô-lo na cama para que volte a adormecer e estranho quando volto lá e o vejo numa posição diferente. Esqueço-me de que ele pode ter rabujado e o pai foi lá virá-lo. Aliás nem dei por nada. Na verdade, só quero é dormir.

Ginásticas

Parei um mês e meio entre o final da ginástica pré-parto e o início da pós-parto.Tempo de nascer o bebé e recompor a costura. Fiz um pouco de yoga e hidroginastica antes, e agora faço aulas de recuperação (de corpo e mente). Tenho, no entanto saudades da piscina. Nada me soube tão bem como iludir o peso por uma hora, dentro de água, duas vezes por semana. Mesmo com frio e a chover lá fora.

Gosto muito

Da chuva que nos refresca a casa e nos deixa dormir a todos mais descansados.

Memorabilia

A primeira gargalhada. Ontem, antes do banho.

segunda-feira, julho 17, 2006

Adoro estar com ele...

...mas não me sinto culpada por gostar de estar sem ele na ginástica. Faço a aula sem interrupções, esmero-me nos exercícios. Quando saio não sinto necessidade de voltar a correr para casa. Gosto de tomar banho calmamente e conversar com as colegas. Também gosto de regressar a casa e sentir a saudade de bebé saciada.
Sei que me vai custar voltar ao trabalho, por estar mais tempo longe dele, mas também porque trabalhar é chato e eu preferia mil vezes ser rica e não ter de trabalhar. Por outro lado, tenho saudades do convívio com os amigos\colegas com quem partilho o quotidiano de trabalho.
Eu sou feliz nestes lugares todos. Com e sem ele. Com a vinda do bebé não sinto que queira coisas diferentes da vida, quero as mesmas e umas outras novas talvez. Quero tudo, se calhar... E tudo, temo muitas vezes, não sei se será possível. Aguardemos.

Não vamos baptizar o Lourenço...
















...mas ele tem uma madrinha espectacular!

Foi há tão pouco tempo e já tenho saudades.

1ª foto
(a chuchar no dedo, instantes depois de ter nascido)

Vacinas, take 3

Admiro muito quem faz de dar vacinas actividade quotidiana.
O Lourenço é um valentão, chorou sentido uns instantes, adormeceu ao colo logo a seguir.

Na penumbra...



dorme-se bem.

Os nossos fins de semana

Passam-se na companhia dos amigos, aqui e ali. Por estes dias mais à sombra que ao sol. Há bebés cá fora e mais a caminho. Somos uma grande família, para além da família propriamente dita. Amigos que também são irmãos. E que por isso também são tios. E filhos que se tornam sobrinhos. Hão-de conviver como primos, espero eu. Assim é que tudo faz sentido.

Agora somos...


... uma família!
(não resisti, confesso)

sexta-feira, julho 14, 2006

Agruras da maternidade

Há agruras nesta coisa de ter bebés, sim senhora. Vou elencar algumas:

1. Queimar as pontas dos dedos cada vez que lavo as chuchas com àgua da chaleira.

2. Faltar à bem amada ginástica que nos devolve a forma apenas porque o bebé corre o risco de derreter.

3. Dormir menos horas do que as que gostaria. Ou acorda a criança ou me acordam as maminhas.

(continua)

Estou numa indecisão...

Vou à ginástica, não vou, vou à ginástica, não vou...

Batatinhas, mais este calor!

Amiga do peito...


...embala o bebé.

quinta-feira, julho 13, 2006

A escolha de um pediatra tem muito que se lhe diga!

Por mais voltas que dê e justificações racionais que arranje fiz uma escolha pelo coração. E por um apelido. O pai não colocou qualquer obstáculo. A minha pediatra, a tia Lourdes, já não dá consultas (ainda foi a pediatra dos meus sobrinhos) pelo que a escolha natural foi pela sobrinha, uma senhora de olhos azuis francos e sorriso fácil. Conquistou-me à primeira. À semelhança da tia, acredita muito no bom senso dos pais como o melhor guia na educação dos bebés. E sabe que a vida moderna não se coaduna com radicalismos, nem retóricas patetas sobre a maternidade, que penalizam muito algumas mães. Por isso diz muitas vezes «Veja como correm as coisas e faça como achar melhor!». Os bebés precisam de mães felizes e bem dispostas.
Ela escuta, como dizia uma amiga, as necessidades de cada bebé, adaptando os procedimentos. E não é surda, acrescento eu, às necessidades de cada mãe também. Por tudo isto, estou convicta de que fizemos a escolha certa.

quarta-feira, julho 12, 2006

Não se irrita com muitos estímulos...

... mas irrita-se com muito calor.
Os estímulos evitam-se, já o Verão é mais difícil.

Gravidez (1)

Ao recordar o parto, lembrei-me da gravidez. Foi um enamoramento. Mas, ao contrário de muitas mulheres, que se afirmam apaixonadas pelo bebé na barriga, eu senti-me mais enamorada pelo pai do bebé. O namoro com o bebé começou a sério quando chorou pela primeira vez. Aí deixou de ser uma barriga (e eu adorei a barriga, atenção), para ser uma pessoa pequenina. A minha pessoa pequenina (ainda me arrepio ao pensar nisso).

terça-feira, julho 11, 2006

Há três meses...

...e uns dias, ou seja no dia 9 de Abril, preparámos tudo em casa e saímos. Fomos ao Vasco da Gama ver de uns sapatos e comprar revistas e depois fomos comer uma pizza. Imaginava um longo jejum. Nada melhor que uma pizza à beira rio para fazer um dia especial. Era um dia importante, o último a dois.
O parto seria induzido essa noite. Razões? Aparentemente um ctg a dar alguns sinais de enfraquecimento da placenta e a Pascoa demasiado perto. Suponho que o médico não lhe apetecia estragar as mini-férias. A mim não me importou. O dia 10 é um dia bonito e já estava cansada e ansiosa.
Feito o chek-in, ligado o ctg, fiocámos à espera de uma tal enfermeira para pôr uma tal de fita. O médico viria pela manhã. Ela disse que estava tudo muito fechado e que me esperavam longas horas... Assim foi. Uma noite em claro, descconfortável, à espera das contracções. Que chegaram de mansinho. Não me perguntem de quanto em quanto tempo, nem a que horas especificamente. As recordações daquele dia são nebulosas. De manhã veio o médico que fez o toque (subi pelas paredes) e me disse estar muito atrasado e que ia experimentar induzir mais uma vez com o tal gel. As dores eram suportáveis, mas a partir daí intensificaram-se. Agoniei-me, senti cólicas terríveis. Um mal estar enorme. Não sei durante quanto tempo, porque quando ele voltou lá e fez segundo toque (mais uma parede subida) disse que ele continuava muito em cima e tal, e que um trabalho de parto prolongado não me garantia um parto normal. Sugeriu a cesariana para daí a meia hora (acho eu). Aí sinto que fraquejei. Acenaram-me com uma solução rápida e fácil. E as dores já eram tantas que não me imaginei a passar muitas horas daquilo. Sinto, hoje, que podia ter insistido. O pai, sempre comigo, concordou. E lá fiquei a aguardar que me viessem buscar, quietinha, e de olhos fechados a sentir as contracções a ir e vir. Vieram finalmente buscar-me e ao separar-me do pai no final do corredor, chorei. Senti-me muito sozinha, no meio daquele aparato todo. E fria. Estava tanto frio lá na sala de partos! O médico ao chegar deve ter percebido o meu beicinho, porque me fez uma festinha que não vou esquecer. Fez toda a diferença ter ali o meu médico naquele momento. A partir daí as coisas ficaram ainda mais nebulosas, suponho que por causa de um medicamento para evitar mais vómitos. Sei que o anestesista era libanês (ou seria sírio?) e que gracejou com as minhas origens gregas. Senti as pernas a desaparecer e o médico a mexer e a puxar. Virei a cara para não ver o reflexo do que faziam num vidro de um armário. O médico diz qualquer coisa como «A tentativa era honesta, mas ele estava mesmo muito subido!» e «Eh lá! Este é moreninho». E falavam muito todos. Mas não comigo. De repente ouço chorar. Era ele! Aí sim, emocionei-me. É sem dúvida uma sensação indescritível. Trouxeram-mo ao meu lado e eu achei que tinha muito cabelo e a cara quadrada. Não vi mais nada. Ouvi-o a chorar ao longe. Presumo que continuaram o serviço. A mim só queria que me deixassem em paz. Talvez me apetecesse dormir um pouco. Mas não. Mexe e remexe, põe daqui, passa para ali. Nesses intantes só pensava «E agora? O que é que eu faço? Agora é a sério. Serei capaz de tratar dele? De cuidar dele?». Levaram-me para o recobro, onde percebi que o iam levar logo logo e onde também estavam os pais. Alguém dizia que o meu homem chorava que nem uma madalena, sorri. Fiquei à espera que viessem os meus amores. Estupidamente feliz.

Aviso à navegação!

Enquanto o Lourenço dorme esparramado na minha cama (e eu devia aproveitar esse tempinho para trabalhar) vou fazer um anúncio. Este blogue é assumidamente desinteressante e talvez um pouco pateta. Fala de pais e filhos bebés, amigos e família, ou seja, quotididianos particulares e vulgares. Fala de amor e toda a gente sabe que quando se «escreve» amor corre-se um risco elevado de ser um pouco ridículo. A somar a isto não me considero nenhuma artista da prosa, donde é de prever que não produza tiradas brilhantes e originais. Não sou séria, nem me levo particularmente a sério. A verdade é que gosto muito do meu bebé e apetece-me falar sobre ele. Só isso.

Três meses...

...de um bebé relativamente calmo, poucas birras, sonos fáceis e sorrisos a rodos. Não se irrita demasiado com muitos estímulos, o que nos permite leva-lo para onde queremos ir. Já foi a museus, casas de amigos, restaurantes sem fumo, e uma vez à praia. Começa a querer agarrar os bonecos e noto que se irrita quando não lhes consegue chegar. Vai daí a espreguiçadeira é preferível à cama. Muito atento a tudo e a todos emite uns deliciosos sons, como que a imitar as palhaçadas indescritíveis que fazemos a toda a hora à espera das reacções. O banho é um clássico momento de lazer para os bebés. Este não é excepção... Adora! Faz tudo o que os bebés de três meses devem fazer: põe as mãos na boca, baba-se q.b. e desvira-se. Deve fazer outras coisas, só que agora não me lembro.

(É espantoso como tudo gira à volta das reacções de uma amostra de gente. Já não me lembro como era antes dele. Era bom, que eu não sou daquelas que renego a minha vida passada, embora fosse talvez um pouco menos cheia do que agora. Porque se agora há uma sensação de completude, é porque dantes a vida só podia ser menos cheia.)

O primeiro post

Este é um blogue para evitar o esquecimento e contornar a preguiça. Parece que pegar numa caneta e escrever um diário não é de todo uma tarefa para mim. Abandonei-a ao fim de um mês. O teclado é bem mais prático e apelativo. Aqui ficarão registadas notas, pensamentos, acontecimentos e afins sobre o Lourenço, nascido fez ontem três meses. Para que ele possa mais tarde acompanhar o seu crescimento e saber de si em pequenino. Eu não tenho memórias nem registos e tenho pena. São tempos felizes que valerá a pena, espero, recordar...