terça-feira, janeiro 26, 2010

Manhas para pedir colo

Depois do «estou quase cansado...» e do «é para te dar miminhos» saiu-se com esta:

- Ó mãe, os meus pés não gostam de mim...
- Porquê?
- Porque não querem andar...

lol

Ó mãe

é que eu gosto tanto das obras!!

No carro, na conversa com a minha irmã

- Falem mais baixo que já me doi a cabeça*!

;)

* às vezes também nos manda falar mais baixo que quer dormir, logo a seguir a deitar.

Pediu um bolo de arroz

- Sabes quando eu era da tua idade também comia sempre um bolo de arroz.
-E arroz doce?
- Também. O meu pai é que gostava muito de arroz doce.
- Ele já morreu, não é (já lhe tinha dito uma vez...).
-Sim.
-Porquê?
- Olha, porque estava muito doente e já era velhinho...
- Porquê? Não secou o cabelo foi?

Atelier, guarda chuva e gruas de brincar

Foi assim o nosso fim de semana. Um atelier de música na Gulbenkian, com umas senhoras muito new age a cantar canções do mundo com voz fininha (sim, cantei em hebraico) e instrumentos de madeira para experimentar (melhor parte).
Trouxemos um guarda chuva da Gulbenkian, giro giro, logo agora que deixou de chover. Vá lá que o experimentou no sábado (foi um sarilho para o tirar da chuva e arrastá-lo para o alpendre).
No domingo foi o delírio total no Pavilhão do Conhecimento na companhia do primo. Já andava há uns tempos para lá ir e, na verdade, aquilo é perfeito para ele. Para além das experiências, tem a casa inacabada, um estaleiro em miniatura, com uma grua, tijolos, portagem, capacetes. Ficou tão histérico e feliz como nunca o tinha visto: deu pulinhos de felicidade e correu para lá esgueirando-se pela vedação. Só depois consegui convencê-lo a entrar pela porta. Lá ficou em construções mil, a operar a grua, a fazer muros e a dar ordens aos outros meninos de mão na cintura.
À saída, enquanto caminhávamos para o carro, pediu colo (costuma pedir, diz que está quase cansado). Desta vez disse (e devia ser verdade): «colo, mãe, doem-me as perninhas!»

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Filho (ou como manter as coisas no seu devido lugar!)

- Que conselhos me dás para a apresentação de doutoramento?

- Doutor médico?

- Não, doutoramento.

- É dos dentes?

- Não, é uma coisa lá da universidade...

- Sporting?

(não, mas é lá perto...)

segunda-feira, janeiro 18, 2010

No outro dia

Pediu um beijinho aos pais, que foi dado na hora e ao mesmo tempo:
- Que lindos! Vou comprar uma grua a vocês, vou comprar três gruas, uma para a mamã, uma para o papá, e outra para mim!
- Ai vais? E como é que vais comprar, conta lá...
(pausa)
- Claro (que ele pronuncia como claio), que têm de vir comigo... Eu não consigo conduzir!

Antes de dormir

...
- sim, mãe, estava com as minhas colegas e os meus colegos.

:)

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Do ritual de dormir

Além das histórias (duas por vezes), de pedir água, de chamar vinte vezes e não raras vezes se pôr com birras de última hora, fazem parte o chamar para dar abraços, dizer que gosta de mim (ou do pai) e/ou lemnbrar-nos que «ainda não te disse um segredo». O de ontem era:

- Vou dizer ao Pai Natal* que quero gosto de uma grua e uma Hello Kitty.

(como disse a Guida, vá lá que não pediu uma grua da Hello Kitty...)

*Anda triste com o desaparecimento das luzes das montras e dos enfeites de Natal... essa coisa de agora o Natal é só no fim do ano não lhe diz (naturalmente) nada.

Em casa dos amigos

Na casa de banho, sentado na sanita, fazendo um esgar de aborrecimento:

- Ai, estou aqui à horas (hóias, porque é trapalhão e não diz os «r's»)!

(ri-me da gracinha, claro, que engraçado, giro e fofo que é...)

- Vá, agora vai lá dizer às pessoas (pessoias)! (???!!!???)

(com que então as crianças são inocentes e ingénuas...)

quarta-feira, janeiro 06, 2010

For the record

A primeira vez no cinema foi domingo e o filme Planeta 51. A fixação com que viu o bee movie (ainda que só uma parte) fez-me crer que estava preparada.
Adorou as luzes, a televisão gigante, a companhia da vizinha (a quantidade de festinhas que lhe deu) e sobretudo, os sinais luminosos com as letras das filas. Gostou tanto destes últimos que a dada altura quis sentar-se nas escadas para lhes tocar como se fossem botões. Quis ir à casa de banho a meio e teve alguma dificuldade em manter-se sentado o tempo inteiro. Definitivamente ele não vidra com a televisão. Do filme lembra-se de algumas coisas, mas de facto o universo alienígena é ainda um conceito um bocado abstracto. Ele ainda se fixa nas coisas que conhece e domina (abelhas e flores é, nesse aspecto, um universo vagamente familiar).
A repetir, com melhores filmes espero.

Ó mãe

- Lembraste quando estava a chover brasil?
- Brasil?
-
Sim, chovia pedras de gelo e tudo!
- Ah, granizo, queres tu dizer, chovia GRA-NI-ZO.
(risos)
- Pois era mãe, é que já não me lembro... granizo.

(só não percebo a semelhança entre brasil e granizo, mas vá...)

Ano novo

Ainda sem idade para resoluções de ano novo, mantêm-se um rapaz de feitio difícil e obstinado. Mas tão terno e meigo que custa a crer que é o mesmo rapaz. As birras em que testa os limites (da paciência, entre outros limites) continuam, mas parece-me que começa a perceber que não tem lá muita sorte. Já lhe disse várias vezes (é melhor não repetir demasiado, porque não tarda nada começa a usar isso contra mim) que «não me hás de vergar!». E não verga mesmo. E, na verdade, apesar de não ser agradável, tenho sentido uma força enorme nessa resolução (que ele não me há de vergar dê lá por onde der). Enervo-me menos, aguento o embate, os ataques de fúria e as lágrimas com a serenidade possível e espero que lhe passe, mostrando com castigos que a vida não é como ele quer.
Por isso a frase que marca o seu final de ano é mesmo: «mas eu quero!». E a que marca o meu é: «quem manda aqui sou eu!»

A terminar o ano...

...era o caos no mundo da brincadeira e excitação!