segunda-feira, maio 31, 2010

Foi a uma visita de estudo

O Museu da Criança era o objectivo.
-Lourenço, do que é que gostaste mais?
-De andar de autocarro!

(até podia ter sido uma visita a lugar nenhum, portanto...)

Olhando para um anúncio da Caixa Geral

Onde aparece a Catarina Furtado comenta:
-Olha mãe, a senhora que cozinha*!

*Suponho que seja a Nigella Lawson, e pensando bem até que são parecidas. É muito observador...

sexta-feira, maio 28, 2010

Sabes mãe,

- Eu quando for crescido assim como tu vou casar!!!!
-Ai é? Com quem?
-Contigo e com o meu primo, com mais ninguém...

E eis se não quando


O diabrete-leva-me-constantemente-à-beira-da-loucura transforma-se num menino relativamente dócil, relativamente obediente*, substancialmente menos birrento. Bem me diziam que eram os quatro anos, mas a mim, sinceramente, até me custava a crer.

*Agora até me diz ó mãe, estou a obedecer, não estou mãe?

terça-feira, maio 18, 2010

Não faço ideia do que andam a falar lá na escola

Mas ontem disse isto:
- Um dia o papá vai-se embora desta casa e vem para cá outro senhor.
-O quê?
-Os meus amigos disseram...

Ainda de quando chegámos

Eu descansada na casa de banho e entra-me pela porta a dentro.
-Então?
-É que a Inês disse que me dava uma palmada a sério e eu não quero que ela faça isso.

segunda-feira, maio 17, 2010

Ele quer um mano

Vai daí disse-me para irmos comprar sementinhas.
A sociedade de consumo incorporada é o que é.

Perguntas de resposta complexa

Mãe, o que é namorar?*

*Claro que, respeitando o pequeno Édipo que há em todos os filhos, me perguntou se podia namorar comigo...

Quatro dias depois

Parece-me mais crescido. Espigadote e atrevido.
A melhor parte (tirando as muitas saudades e mimos trocados) foi ve-lo aos pulos em cima da cama a cantar, com falhas, a canção da vila moleza. Isso e a atirar-se para cima da cama a brincar ao «estou morrido».
Imperdível.

segunda-feira, maio 10, 2010

Hei-de pôr fotos

Mas eu e o Lourenço fizemos um elevador com uma caixa de um creme (tem cabos e tudo), e uma casa com uma caixa grande de papelão, com dois andares para o elevador subir e descer.
A grua serve de motor e assim se faz uma brincadeira brutalmente barata e engraçada que faz o filho feliz.
Claro que no fim ele disse: eu queria mesmo era um elevador grande a sério. Enfim.

Pode ter sido coincidência

Mas depois de instalar a luz de presença tivemos direito a uma sesta enorme (mais de duas horas) e a uma noite sem interrupções.

sábado, maio 08, 2010

Ele faz imensas birras

Mas:

- não se levanta da cama à noite (os rituais cumprem-se e tirando chamar para pedir beijinhos e copos de água a coisa funciona bem).

- come de tudo com gosto: adora pimentos padrão, se calhar um bocado de picante não se põe aos gritos (limita-se a emborcar um copo de água), come saladas (adora vinagre ao ponto de no fim querer beber o molho que sobra da taça da salada).

Ontem

A propósito da sobremesa (fruta com iogurte), contrariei-o em qualquer coisa dizendo que quem mandava era eu.
Desabafo dele logo de seguida:

- Ó mãe, mas não podes mandar em tudo!!!

Tudo nesta casa

É um braço de ferro. Com o Lourenço, entenda-se. Teimosia atrás de teimosia, desafio atrás de desafio, ataque de mau génio atrás de ataque de mau génio. Dizem-me que será uma fase, mas começo a desconfiar de que é mesmo mau feitio ou, como dizem outros, «personalidade».
O que quer que seja tira-nos do sério mais vezes do que as que gostaríamos.
Não leva a dele a avante, mas o custo são castigos, choros e tira-teimas.
Sobre isso tem ele a dizer que

-Sabes mãe, eu tenho aqui muitos nãos (aponta para a garganta)... estão sempre a querer sair. Olha agora estão a morder-me (abre a boca e aponta para a bochecha)!

segunda-feira, maio 03, 2010

Nos desenhos

Em que representa pessoas faz orelhas grandes. No seu interior faz umas pintas. «São porcarias, mãe», «?????», «mas estão escondidas!». Ah, muito melhor.

Tem dificuldade em localizar o local de onde saem os braços, mas gosta de pormenores como a cera dos ouvidos, as pestanas dos olhos e os sapatos. Não podem faltar sapatos aos bonecos.

Além de o privar de memórias

Não escrever só adensa as culpas. De não ter paciência suficiente, de me deixar enervar com os desafios constantes. De, às vezes, não o aceitar exactamente como é. Ou seja, regressada da festinha do dia da mãe, estou para aqui a remoer-me por me ter enervado porque ele não estava exactamente numa de fazer o trabalho que era suposto fazer. De isso ter quase dado origem a uma birra (em que começa com os não quero, não faço e por aí fora...). De ter desejado naquele momento que ele fosse como os outros que colaboravam alegremente e que se concentravam no que estavam a fazer.
Ou seja, de fazer e pensar tudo aquilo que considero errado.


* Foi um fim-de-semana difícil.
** Depois de acabar o tormento do trabalho, em que acabou por colaborar sem grande empenho, com intervalos para deitar a birra fora e reprimendas da educadora, lá estivemos a brincar e despedimo-nos com muitos beijos e abraços.