domingo, agosto 06, 2006

Efemérides

Há um ano fiz um teste de gravidez que deu positivo. Havia alguma expectativa, mas nenhum sintoma. Nesse dia fomos levar uma querida amiga ao aeroporto. Ela voltava a casa, no Brasil, depois de uma segunda temporada em Portugal. Emocionam-me as despedidas, mas nunca, como naquele dia, chorei assim. Uma nostalgia inexplcável fazia com que as lágrimas jorrassem, sem que conseguisse parar. O A. dizia apenas «Deixa lá, havemos de lá ir para o ano!». Mas não era isso. Ou melhor, não era só isso. Algo se estava a passar. No caminho de casa decidi que ia comprar um teste. O A. iria fazer uma visita aos pais. Decidi fazê-lo sozinha. O resultado foi o que se sabe. E, em abono da verdade, só me lembro da sensação de estranheza quase vazia que se seguiu. Será verdade? Nada me parecia real. Enquanto o A. não chegava a casa sentei-me no sofá à espera. Não sentia nada de especial, talvez uma alegria contida, misturada com receio. Um único pensamento martelava na minha cabeça: agora, sim, era a sério.

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