quinta-feira, janeiro 31, 2008

Se eu não gosto muito do natal

Detesto ainda mais o Carnaval (de fatos da loja dos chineses e desfiles pindéricos). Não tendo eu própria um baú de coisas velhas e misteriosas para inventar máscaras de dama antiga ou do que fosse (eram assim os meus carnavais), lá fui comprar uns materiais para inventar uma máscara que fosse o meu filho e confortável ao mesmo tempo. Vai ser o meu serão de hoje. O tema, disseram-nos na escola, são as emoções.

Agora que o computador

Tem estado no emprego, lá o consigo distrair com outras coisas. Não é difícil. Adora desenhos. Puxa-nos pela mão, pede-nos que nos sentemos na cadeira pequenina e enquanto faz riscos e círculos mais ou menos pequenos, gosta que lhe façamos desenhos de coisas que conhece: ananás, gatos, vassoura, cacá, praia, lua, carros, casa, árvores, etc. Gastamos que tempos nisto.

Lá descobrimos uma maneira

De o Lou estar connosco à mesa em segurança na sua própria cadeira (que é transformável). É uma alegria e faz com que, às vezes, queira jantar outra vez.

Ter a Inês comigo

Significa que, para além de me levantar às sete e meia da manhã, tenho de reaprender a matemática sem distrações, ordenar-lhe concentração, condenar-lhe a preguiça e a desarrumação. Custa-me exigir-lhe o que nunca fui.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Apesar de andar com muitas inquietações

Há uma inquietação em particular que me persegue. Não tem nada a ver com o Lou, ando muito apaixonada por ele (tão querido). Estar muitos dias sem ver os amigos dá-me inquietude. Pior, como já alguém disse, às vezes deixar passar o tempo porque acho insconscientemente que vê-los online ou ler-lhes o blogue, pode ser o mesmo que vê-los, tocar-lhes, senti-los. Sou uma pessoa dependente dos outros, gosto de grandes círculos, muitos encontros e passeios. Achei que crescendo talvez me passasse. Começasse a apreciar programas caseiros e calmaria. Mas não, fiquei pior.
Se este fim de semana matei muitas saudades de uma amiga do coração (que traz mais um sobrinho na barriga), aumentaram as saudades dos outros, doentes ou ocupados nas suas vidas.
E o tempo que não sobra, ó vidinha...

Gosta de uma palavra em particular

Ontem, apesar de um programa que incluiu teatro (portou-se muito bem), serra, árvores e montanha, só falava no que lhe prometemos a seguir. Hoje, as sete e vinte da manhã, depois de acordar assustado, a primeira coisa que disse foi:

«Papá, papá, páia?»

Temos surfista ;).

O meu filho

Andou a guardar todas as palavrinhas que sabia só para ele, para poder, em meia dúzia de dias, dizê-las todas.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Não quer porque não quer

Comer na sua cadeira sabendo que vai haver refeição conjunta. O seu lugar é ao nosso lado mesmo que, sentado na cadeira desproporcionadamente grande, apenas se veja a cabeça acima da mesa e lhe sobre pouca margem de manobra para comer. Uma outra razão pode ser a melhor perspectiva que assim ganha da lua, sua grande amiga e por estes dias grande no horizonte. Só sei que resulta.
Hoje pediu mais e acabou repetindo o risotto duas vezes.

Ficou fascinado com a praia

Pede-me para a desenhar, redescobre-a nos cenários de algumas fotos e ontem relembrei-lhe as férias e os banhos de mar através das fotos e dos vídeos. Pediu «maice» quando lhe mostrei um vídeo dele a tomar banho ao colo do pai.
Ainda falta tanto para o verão!

Sou uma mãe sem piedade

Não me comovo com lágrimas, nem gritos, nem pontapés. Depois que aprendi a técnica raramente falho, mesmo sabendo que é uma crueldade para ele. Quando é hora de limpar o nariz pego no soro e na seringa e aqui vai disto. Acredito que este hábito lhe vale menos dias doente e isso é uma motivação maior.

domingo, janeiro 20, 2008

«Pai, qué pon...(de leite)»

Primeira frase de três palavras. Hoje.

«Jôcus», a.k.a óculos

Pediu-os, pô-los (com ajuda) e divertiu-se.

As coisas boas nunca se esqueçem

O mar, as brincadeiras na areia, o sol quentinho.

Também aprendi

Que há meninos da idade dele exactamente que falam muito mais que ele e outros que não falam nada. Que há pais que não se ralam com a sopa, para comprarem sossego. Que saltam sestas com alguma frequência. Que há meninos que já calçam sapatos sozinhos e desapertam botões. Que o Lourenço não gosta de batatas mas que é um dos dois que come com a mesma satisfação desde a primeira à ultima colher.

Na reunião de pais

Contam-se episódios do dia a dia escolar. Ouvi mais do falei, o que é raro. Mas soube, através das duas páginas de apreciações superficiais e dos comentários da educadora, que o Lourenço é dos mais tímidos da sala. Não gosta de situaçõe novas nem de quem não conhece. Reivindica muitos mimos e distribui-os com muita facilidade também. Gosta de cantar e mimar as canções, mas isto eu já sabia. Evoluiu na linguagem, embora a timidez não ajude na comunicação. Não é agressivo nem violento com os colegas. Pega lindamente nos lápis e, pasme-se, é mesmo canhoto.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Do que ele gosta mesmo

É do Youtube. Qual DVD do Noddy na televisão grande. Quer é sentar-se ao nosso colo, ou ao nosso lado, e percorrer os favoritos que incluem os genéricos dos desenhos animados e um ou outro clip da RTP. Vá lá entendê-lo.

E pelo e-card que recebemos do amigo Pedro, antevejo um interesse comum.

Nasceu

Uma homónima minha lá para os lados de Coimbra. Não conheço bem a mãe, mas conheço a prima, e através dela acompanhei a gravidez. Feliz por, apesar de todos os riscos, ter corrido tudo bem, congratulo-me especialmente com a escolha do nome. I wonder why...

Apaixona-se

Constantemente pelos bonecos fofos, grandes e pequenos. É o cácá, o elmer, um cavalo e um cão. Quer leva-los para a escola, mesmo se são quase maiores que ele. Negoceio com o pequeno cão e ele lá acede a deixar o cavalo em casa. Ontem, durante a visita à bebé Camila apaixonou-se por um super urso que ela tem. Arrastou-o por todas as divisões, abraçou-o, beijou-o. Não o largou. À saida esperava um drama. Não me enganei demasiado. Vestiu o casaco, andou por ali, e logo demos com ele a ir buscar o urso e encostar-se à porta, a ver se passava despercebido. Disse muitas vezes que não, pôs as mãos na cara para fingir que não estava a ouvir e passado um pouco lá se convenceu que o urso ficava lá para ter com que brincar em visitas futuras.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Também

Tem desenvolvido as competências na área da teimosia. É vê-lo parado, indiferente ao chamamento, com as mãos sobre os olhos como quem diz «não estou cá, não estou a ouvir». Usa exactamente a mesma técnica quando se ralha com ele ou quando sabe perfeitamente que estava a fazer asneira.

Na escola

Confirmam. O Lourenço não faz mais nada senão trepar, subir para cadeiras e mesas para poder mexer nas coisas dos adultos. De preferência as que tenham botões. Se for à hora de fazer o jantar quer mexer nas comidas. Ver com atenção tudo o que estou a fazer para poder imitar à maneira dele.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

O menino

Que quase diariamente pedia colo a caminho e no regresso da escola, insistiu hoje em percorrer a pé toda a distância, transportando a sua malinha. No regresso repetiu a proeza com entusiasmo e, pasme-se, recusou-se a entrar em casa, seguindo caminho rua acima, limpando as paredes com a mão e subindo todos os degraus disponiveis.

Últimas

Anháxxxx (ananás).
Maixxx (mais).
Ceiaixxxx (ceriais).
Xxxxx em geral e é "meu" em particular.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

O Lourenço

Não se conforma com o desaparecer das árvores de Natal. Mal ele sabe que a nossa, ainda montada por falta de tempo para a guardar, vai desaparecer em breve.

Finalmente

Dispõe-se a aprender palavras, mas só e apenas quando lhe apetece. Muito trapalhão, o meu rapaz. Para dizer piu-piu, sai-lhe antes o pui-pui, por exemplo. Mas essas ele diz umas vezes e depois não repete. Como caum (cão), passou um dia nisto, mas ontem por mais que insistisse não dizia. Assiná-la com vigor se comemos tudo (mamã, papou!!!) e deixou de dizer picapa para dizer picapu (catrapum), bem mais perto do som correcto. Ontem, também, disse cócoixi que quer dizer cócegas. Muitas. Ali no limiar das costelas (só eu sei o lugar exacto do botão das gargalhadas).

21 meses

Hoje. E tive de pensar, pela primeira vez, quantos meses tinha afinal.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Entre

As brincadeiras favoritas do momento estão o «vou-me ali esconder para me encontrares e depois fugir a correr» e o «catrapum» que significa «vamos todos fingir que caimos para o chão (mas sem doer) e rimo-nos todos muito a seguir».

Apesar

De quando me vejo ao espelho e em fotografias com as unhas pintadas de encarnado não parecerem minhas, as mãos, um dia destes uma amiga pediu-me que o fizesse mais vezes porque me ficava bem. Pareço uma senhora, mãe de filhos. E é o que o sou de facto, embora a estranheza causada peça imagem no espelho não revele mais do que alguma dificuldade em lidar com o passar do tempo. Já o disse a propósito dos trinta, mas repito. Há uma parte de mim que não saiu do liceu.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Árvores e rabanadas de vento

A propósito da redecoração do quarto, uma imagem ilustrativa.

Jardim de Inverno

A passagem de ano

De pais, mas sem os filhos, saldou-se numa retirada estratégica de uns para ir acudir uma avó em stress com um nariz entupido e, passada uma hora, na retirada dos outros dois (nós) vencidos pelo cansaço (de uma muuuuuito má noite na véspera). Ainda assim quase três da manhã não é muito mau, pois não? A noite de todas as potenciais loucuras revelou que temos dificuldade em evitar o assunto fraldas e que o défice de sono afecta qualquer um e a maior das vontades em aproveitar a folga.
O milho para as pipocas que íamos comer de madrugada, depois dos filmes que não vimos e dos jogos que não jogámos, ficará, pois, para outra ocasião.
Ainda que pudesse ter durado mais a festa, foi memorável.
Feliz 2008.

Coisas menos boas

A assinalar, mas também coisas boas. As últimas duas semanas viram crescer um Lourenço palrador como nunca, usando cada vez mais linguagem mista (ensaios de palavras e gestos). Adorou o Natal e os presentes que lhe calharam em sorte. Brinca com todos, em especial com o aspirador (com pilhas e um barulho enervante). Este bebé afinal sempre recebeu um carrinho de limpeza completo, após muita busca. E agora há pouco desprezou o cacá para adormecer com o Elmer («Émé») de peluche e rodas de madeira que a bisavó lhe ofereceu. Adorou a visita do cão da tia Susana (desconfio que foi o delírio da consoada) e não só não teve medo como não poupou carinhos, abraços e puxadelas de rabo.

Aprendeu a apreciar o genérico do Noddy (Nhá) na televisão grande embora peça também para lhe pôr o Ruca (qualquer coisa como peeeca) no Youtube. Descobriu o carro encarnado que era do pai e passeia-se nele e faz manobras, e não se cansa de entrar e sair só para ver as luzes que acende e depois apaga, dizendo «Ohhhhh!».


Passou a imitar-nos a fazer de tudo (e não só a varrer que já não é «baxi» mas «barri»): escrever no computador, mexer no rato do mesmo, ler (pega em livros e inventa), sei lá... nem parece o mesmo bebé. Achou que as palmeiras do jardim da Estefânia eram ananáses e eu senti que isso era uma manifestação de inteligência e sensibilidade.
Desenvolveu com igual intensidade a meiguice e os ginetes, o que significa que distribui tanto beliscões e palmadas de raiva como abraços e carinhos muito sentidos. Apaixonou-se (ainda mais) pela sua avó (abóooo). Pergunta por ela pela manhã, dá-lhe abracinhos imaginários quando lhe perguntamos onde está e em presença não poupa carinhos que elevam ao expoente máximo a já muito elevada autoestima da avó. É certo que ela também não se coibe nos elogios ao neto: «Já canta os versos dos parabéns muito bem...» (?????); «Já identifica os números na colcha da Inês...» (????????). Enfim, não consegue evitar.
Isto para dizer que apesar de doentito, tem estado sempre muito bem disposto.

Um Natal

Uma bronquiolite, uma faringite e uma passagem de ano depois, cá estamos para dar algumas notícias do que passou.

Foi há tanto tempo...