sexta-feira, agosto 29, 2008

No outro dia

Foi à casa da doutóia. Pela primeira vez não chorou. Tomou conta do gabinete e até já queria vir de lá com um telemóvel de brincar. Falou, falou, falou. Está grande e menos gordinho.
Dizia a doutora que se diz que o verão aduba os meninos. No caso dele tem sido mesmo assim: cresceu por fora e por dentro. Conversa, argumenta, pergunta, interessa-se. Já pouco tem de bebé, embora eu ainda o chame assim (a Inês tem dez anos quase onze e eu ainda a chamo de bebé, mas enfim).
É um safado, muito meigo, com repentes de agressividade.

Já gostava muito de música

Mas agora descobriu o dançar. Parece maluco na sala de braços no ar e a dar voltinhas. Não pode é dançar sozinho, exige companhia: dança papá, dança mamã, dança Inês!
Tenho pena da máquina avariada. É daquelas coisas que só visto mesmo!

segunda-feira, agosto 25, 2008

Primos

Na casa de banho

Gostamos do papeli nético e de puxai o itocomo. Às vezes o cócó também é amico, mas essa parte não estimulamos muito porque, pronto, é nojento.

Por causa do dia passado na Ericeira*

Fixou um novo interesse no Livro do Mar. As rochas que escorregam, por causa das alcas ;)
É mesmo pena a água gelada, que aquelas pocinhas (piscininhas o que mar fez para ele) são tão boas para brincar!

*Há lugares que serão sempre nossos.

Depois de uma brincadeira na nossa cama

Todos os dias quer fazer uma «caxinha». Metemo-nos debaixo do edredão, levantamos os braços e é a alegria total. Não pode haver uma nesga de luz que logo manda «fecha essa pota, mamã!».

Aliás,

Gosta de dizer que é amigo das coisas. Os bonecos dos livros, os bonecos themselves, as pessoas, a natureza, o céu, a lua, os bichos, you name it. «É amico eu! É amico Louenxo!». Depois abraça-se como pode, que às vezes não dá jeito.

O tipinho é giro e tal

Mas às vezes tira-me do sério. Principalmente a mania de levantar a mãozinha quando se frustra com alguma coisa. Vai daí depois de dois ou três sérios avisos levou mesmo a sua primeira palmada no rabo.
Atenção que ele não é nenhum anjinho e esta não é a primeira vez que ele se porta mal. Pelo contrário. Mas pronto, apanhou-me mal disposta e menos tolerante e por isso em vez do costumeiro castigo para pensar, levou uma palmada no rabo (x3) e percebeu que eu estava zangada a sério.
Depois o filme do costume. Chora como se lhe tivessem arrancado o braço e recusa pedir desculpa até finalmente ceder e abraçar-se «à minha mãexinha». E ficámos amigos outra vez.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Quando ralhamos

E enquanto faz aquela cara estou-a-fazer-beicinho-e-quase-a-chorar-mas-não-choro, repete louênxo tá bonito. (Apesar de me estar a portar mal) louênxo tá bonito.

Dos jogos olímpicos

Ficou o gosto pela nática. É vê-lo a manejar a esfregona como se fosse uma barra, dar balalotas na cama, enquanto diz: tou a fazei nática, vês?

quarta-feira, agosto 20, 2008

Diz coisas giras

Está sempre a condutir (conduzir), imita-nos nos gestos e é muito orientado a passear com o carro pela casa.
Gosta de dar balalotas (cambalhotas) em cima da cama.
Adora pecacia (melancia) e grita se alguem se atrever a tentar descascar-lhe as maçãs. Elas comem-se inteiras.
Anda a tentar dizer bem esfregona. Já não é putonha mas passou a urrona, mais ou menos.
Lá chegaremos.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Do desfralde

Corre bem, tirando quando corre mal. Por norma em público e sem casas de banho por perto. Assim como assim já não se volta atrás.

Na Quinta Pedagógica

Passou-se uma bela manhã com os amigos grandes e pequenos. Confirmo que o Lourenço não tem medo de animal nenhum. Quer mexer em todos. Gostou mais do cavalo, acho, e à tarde dizia que queria ir ver os bichinhos outra vez.
A ver se ao vivo os bichos deixam todos de ser cães grandes.

É que esta coisa da Lua

Perturba-o. Não passa sem a ir espreitar à janela. E fica triste quando não a vê. Mas de todas as vezes que acorda, ou é acordado (dorme que se farta), me fala nisso. Ontem: «mamã, a lua gandi cai aqui na cama em cima dos péxinhos, é!». Hoje: «mamã a lua cai...e...e... (de)pois.... pate-se!».

Será que tem pesadelos com isto?

quinta-feira, agosto 14, 2008

No fim da brincadeira


Caiu e partiu o barquito que transportava os brinquedos da praia.

*Sim, sou chata e um bocado tonta.

Agora que o pai

Já pode chegar mais cedo, comemos todos juntos sempre. Também já não dispensa o gafo paca, que isso das colheres é para os bebés.

terça-feira, agosto 12, 2008

Às vezes não o percebo

Mas ele insiste diz a palavra sílaba a sílaba muito devagarinho e em voz alta.
A maioria das vezes continuo a não perceber. Às vezes finjo que percebo, ou não fosse aprender a falar e aprender a ouvir um belíssimo exercício de ficção.

Diz muitas vezes

«Não é pexiso» e «não faças ixo». Manda-me chorar a fingir «arróia choia» para depois me dar abraços e «beixinhos».

Uma das grandes excitações

Do desfralde é, sem margem para dúvidas, puxar o «atocotuitumo» (as sílabas iniciais vão variando).

segunda-feira, agosto 11, 2008

O golpe

Tanta preocupação e até me esqueci. Logo no primeiro dia (ou terá sido no segundo?) caiu na ria sobre uma pedra pontiaguda e fez um golpe no joelho. Aquilo sangrou feio e eu devia ter seguido os meus instintos que me diziam que aquilo levava um ponto ao dois. Férias e feridas no joelho não são compatíveis e aquilo ficou com mau aspecto. Hospital e antibiótico e cicatriz digna desse nome só mesmo depois de voltar. Foi a aflição das minhas férias (será que está melhor, ai que está com mau aspecto, ai que abriu outra vez, ai ai ai, a azucrinar o pai que já não me podia ouvir). E já passou e já me esqueci. Para a história uma bela cicatriz no joelho. Um dia terei de lhe lembrar como a arranjou.

À conta do Livro do Mar

Não posso chamar concha a uma vieira, ou confundir uma conquilha com uma ameijoa. No Algarve sobram os exemplares de conchas para ver e aprender. Mas o que ele gostava mesmo era de ver as asas (de kitesurf) na ria, as únicas satisfeitas com a nortada. Também não venham cá chamar asas aos pacacaios di papeli e muito menos às velas de widsáfi. Por favor! Isso é um verdadeiro insulto para um especialista.

É um autentico profissional

A comer fruta inteira e com casca. Os pêtigos estão entre os favoritos. Não sobra nada a não ser o caôxo.

Volta e meia diz

Que tem medo da lua gangui. É um contrasenso porque adora a lua. Ontem conseguiu finalmente explicar: «Mamã, medo lua gangui! A lua (pode) cai aqui do chão!».

Não cai, Lourenço, tá pendurada de um jeito que não cai.

Com a colaboração de máquina alheia

Uma memória das férias.

Ontem

Dia espetacular: sol, piscina, jardim, brincadeira em casa de uns amigos. No regresso contava ter paz antes da primeira curva. Mas não, o bebé não adormece. Não contente, veio o caminho todo, mas todo, a falar. Podia ser lá só com ele, mas não. Mamã, a lua? Mamã, olha ali os candieiros amarelos? Mamã, o que estás a fazer? Mamã, as nuvens? Mamã, o rio? Em loop e entremeado por coisas que nem percebi, mas que começavam invariavelmente com Mamã.
Nunca pensei que teria vontade de o mandar fechar a matraca.

O filho pródigo



Regressa a casa pela mão dos pais (muito agradecidos à tiniana pela semana de puro deleite). Tantas saudades tivemos dele. Ele brindou-nos com mimos e abraços, algumas birras e choro. Faz parte. Arrumei de vez a minha arrogância de achar que só comigo é que fica mesmo mesmo bem. Sei, portanto, que está bem sem nós, que se aninha noutros colos, que se diverte tanto ou mais junto de outras pessoas e é muito feliz com elas.

terça-feira, agosto 05, 2008

As saudades

São tantas, tantas que me está a custar imenso, apesar de o saber bem. Dizia-me há pouco: «mamã não tabalai, vem pa casa esta.»

segunda-feira, agosto 04, 2008

Também não há fotos

A máquina avariou-se e não tenho leitor de cartões. Mas tirei muitas e giras claro. Da imensa felicidade com a praia e com tudo o que pode viver por lá.

Snapshot das férias

Em modo trabalho intensivo. Voltámos e o filho já foi outra vez (sem nós e só com as tias). No regresso do Algarve trouxemos um bebé sem fraldas e tínhamos uma porta arrombada e um aviso do irs. Do melhor.

Apesar de tudo muita sorte: escapámo-nos miraculosamente à gastro viral que dizimou os nossos parceiros de férias, coitados; não nos roubaram nada (nada como ser pobre em ouro e rico em sonhos ou lá o que era); e o irs resolveu-se com uma hora e meia de espera na repartição. Parece que em vez do filho assinalei que tinha dez. Tem graça a piada, menos graça o rombo no cheque do reembolso. Mas pronto, haja saúde.