quinta-feira, julho 17, 2008

Das nozes e dos dentes

Vou de férias e não tenho espírito e nem me convém. Levo na bagagem um coração apertado de afazeres e a mala do computador para trabalhar. Levo um filho farto da escola, sedento de praia, histérico com o regresso da prima ao seu quotidiano.
Vou de férias quando tanta gente não tem como ir e queixo-me da inconveniência das datas.
Não devia serquer ter coragem para tanta lamúria.
Ainda bem que é a Ria que nos espera. Tenho a certeza que me trará muita paz.

quarta-feira, julho 16, 2008

Agora

É arrora. "Arrora eu, arrora enxo."

Quando lhe pergunto

Que brinquedo quer levar para a escola (facilita as negociações matinais), diz que quer levar uma "tuita" (toalhita). Para as suas limpezas, pois claro, porque "tá tudo muto sujo!".

E vale a pena gastar contos de reis em brinquedos? Vale? Ainda bem que somos selectivos nesse departamento. Sempre poupa algumas frustrações.

Já quer negociar

E até argumenta:

-Vamos da paqui (parque)!- diz quando o vou buscar à escola
-Ai é?
-Pa casa não!
-Pa casa tá caloi, vamos da paqui. É.

A sorte dele é que a prima estava de regresso e acabou por ir com ela e com a avó dar um girinho ao parque. Veio muito feliz, claro (enquanto a prima esteve fora, se lhe perguntassemos por ela dizia prontamente que ela "ta no avião, para a (noru)eca".

Para a Ana Rute

Para o ano o meu filho vai ser urso. Vá lá que acrescentaram um inho para aliviar a coisa...

sexta-feira, julho 11, 2008

Passou

De não dizer os éles, para os colocar mesmo onde não existem. Quéio passou a quélo. Máquina passou a máquila. Papai passou a papale. Parece um chinesinho, só falta dizer: qué clepe?

Preciso de truques

Por favor, para que não me faça tanto de mula/burrica de transporte pessoal.

* Alguma vez já disse aqui que de todas as transformações que senti com a maternidade (e são muitas eu sei) a que mais me ocorre é que me sinto muitas vezes uma burra de carga (criança e tralhinhas e saquinhos e compras e birras, tudo ao mesmo tempo)?
** Já me ocorreu (uma vez que é um bocado trôpego a correr e pareceu-me que já o vi coxear) que tenha alguma dor. Que lhe doam os pés com os «cóquis» ou que os ténis que levou hoje ainda lhe estejam demasiado grandes.

Hoje (II)

A ti fufia (Sofia) faz anos. Muitos mais do que os que aparenta, permitindo-lhe permanecer (aos olhos do sobrinho) na categoria de menina.

Parabéns querida irmã.


* Por coincidência, também fazia anos o meu pai. Setenta e muitos anos se fosse vivo. Apesar das ambíguas memórias que dele guardo, tenho muita pena que não tenha conhecido o Lou. Chamar-lhe-ia bolinha como a mim com a idade dele, se calhar. Ele lembra-me tanto de mim na mesma fase ...

Hoje

Queria, porque queria cortar as (inexistentes) unhas do Pocoyo de peluche. Tive de lhe tirar a tesoura, iniciando assim a mini-birra matinal para sair de casa.

quinta-feira, julho 10, 2008

Quando chego à creche

Ultimamente anda sempre em limpezas. Limpa a mesa, limpa os bonecos, as bancadas o que houver. Delira quando a Mina está cá em casa como hoje. Ela «paxa a péco tudo», as «poupas de eu» (passa a ferro tudo, as minhas roupas) , «apia» (aspira) e usa a sua amada «munhona» (esfregona). Sem margens para dúvida: «A Mina é amica de eu!» dizia enquanto caminhávamos para a escola.

Negligenciar

Este blogue, é usurpar-lhe as memórias. Porque o que se passa, não registo em mais lugar nenhum. E logo agora que se acalmaram as fúrias e anda tão giro. Pede muito colo e isso é chato (cóio mamã, diz assertivamente não deixando margem para outro tipo de transporte), mas de resto anda mesmo querido. Até quando me manda embora para a cozinha «fazei a papa» preferindo o papá como companhia na casa de banho. Mas especialmente quando diz «é amica de eu» referindo-se às pessoas de quem gosta, ou «papou tudo eu» pedindo mais bolachas, quando fala ao telefone a fingir e quando vê em qualquer objecto outra coisa qualquer iniciando uma brincadeira. A que mais graça achei foi uma caixa das toalhitas nova mais quadradinha. Olhou para aquilo e pareceu-lhe que aquilo é o computador que serve para «tabalai» e «vei o pocóio». E finge que tecla e tudo.
O máximo.

segunda-feira, julho 07, 2008

Partida

Largada, Fugida*.

* Sem mais desculpas/tarefas inadiáveis e essenciais que é preciso cumprir, lanço-me pois ao inevitável, que por estes dias é escrever a parte empírica da tese (que na cabeça ainda nem sequer está muito bem estruturada mas enfim, não-vou-pensar-nisso-agora). É um salto sem rede (uica medo/pânico me invade de vez em quando), mas com prazo. O prazo que falta e o prazo que dita que isto tem de ter um fim. Escrevo isto aqui, porque é o único espaço onde posso verbalizá-lo publicamente de forma a que também para mim esta afirmação se torne um compromisso.

sexta-feira, julho 04, 2008

As tias são

Tiniana (tia ana)
Ti fufia (tia sofia) - destas tem várias além das legítimas.
E a última, cá de visita, é a tia cátia (cláudia). Demorei a perceber. Cátia, mas quem é a Cátia? (eu sei quem é a Cátia, mas não fazia sentido ele estar a chamar pela Cátia num convívio familiar). Passado um bom bocado é que percebi: Cláudia... ok. Ele lá explicar tudo explica, nós é que não percebemos. Ah, e apesar de estar a meses de ser avó, para o Lourenço ela é menina e não senhora. Tome-se isto como um elogio.

Diz os éles. Enroladinhos mas diz: lia, papéle, paula, you name it.
Também diz muitas vezes eu, referindo-se a si próprio, nomeadamente afirmando: é de eu que é como quem diz é meu.

Quando brinca

Diz algumas vezes sentando-se no carro dele: xau, beijinhos, vou às pompas à famácia.

Passo os dias a responder a

O que é ito? (é uma coisa, é uma caixa, é uma fruta, ...)
Quem é? (é uma senhora, um senhor, uma menina, um bebé...)
e logo a seguir
A sinhoia? (vai à vida dela, vai para a casa dela, vai às compras...)

Sobrinhos e irmã

Acabam de partir, num avião, para a Noruega. Embora ela já lá trabalhe há mais de dez anos, só agora conseguiram ir lá de férias. Vão felizes, aposto que nem dormiram na perspectiva de andarem de avião. Iam muito felizes todos, especialmente a Inês que melhor percebe o que isto tudo significa: a vida a melhorar, as coisas a correrem bem. A Inês atingiu os objectivos e superou as expectativas.
Na verdade, já é a segunda pessoa que me dá os parabéns pelas suas boas notas (5 quatros e 3 três - sendo que o início do ano não correu propriamente bem). Não deixa de me causar alguma perplexidade: parabéns? A mim? Parabéns a ela por favor, pois só ao seu esforço e capacidades se devem os resultados. Eu só a ajudei a descobrir o melhor caminho para aprender a estudar. E a partir de agora é sempre a melhorar!

PARABÉNS QUERIDA INÊS!