quinta-feira, março 31, 2011

Em constante processo de categorização e de criação de uma ordem para o seu mundo

- Mãe, porque é que as gruas se chamam gruas?
- Não sei, porque é que sapato se chama sapato?
- Olha, porque é para nós andarmos...
-E as gruas são para quê?
- Para levantar pesos!
-Então, pronto... é isso.
(pausa)
- Achas que uma grua conseguia levantar Júpiter?

Anda inquieto com a sua festa de anos

-Mãe, hoje já é amanhã?

quarta-feira, março 30, 2011

terça-feira, março 29, 2011

Agarrado ao cacá

Mãe, vai ser o meu amiguinho até eu morrer.
(pausa)
Mãe, o cacá também morre?
(não morre porque não é uma pessoa, é um boneco)
Ai é, é, ele fala comigo e diz-me coisas.
(ai, sim que coisas?)
Que és uma princesa.

*Já a mim «disse-me» que gostava muito que ele deixasse de ratar os dedos. Que lindo vício que foi arranjar.

domingo, março 20, 2011

Anda um bocado obcecado com a morte

Depois de muito tempo convencido da reencarnação faz perguntas e faz muitas declarações do género:
Eu sei que quando morrermos vêm outras pessoas e que antes também já haviam outras pessoas, não é mãe?

também diz

quero ter sempre esta mãe e este pai até morrer... (quanto a esta está safo!)

Estava a fazer sopa

E abrindo a gaveta onde as ditas são guardadas comento bolas, já não temos batatas.
Passado um bocado diz o Lou para a prima: é que nós estamos pobres...
O que é ser pobre?
É quando não temos nada... nem comidas!
(fiquei espantada, e só depois percebi que ainda vinha da falta de batatas...)




quarta-feira, março 09, 2011

Mexe na tesoura grande

- Lourenço, não mexas aí que é perigoso...
- É mais perigoso que um vulcão?

Ó mãe

... eu quero dizer fogo e duhh e tu não me deixas... (na sequência de uma conversa, em que isto surge a despropósito, ou de propósito para desviar o assunto).
- O quê?
- Sim, por exemplo quando os amigos batem eu preciso dizer: «não se bate, duhhh!»

terça-feira, março 01, 2011

E de repente

Senti-me especialmente mal por deixar este espaço ao abandono...
Falta de tempo ontem, hoje, daqui a bocado, e a certeza de que me vou esquecer de todas as conversas, da alegria do contacto com a neve (mesmo que escassa), do fascínio pelos planetas e pelo universo, da pedra gigante que matou os dinossauros, do feitio difícil e das discussões homéricas, de como nasceram os rapazes (todos, mãe), de ter de escolher entre Deus e Darwin e escolher Darwin (não há nada a fazer), dos muitos estádios que o mundo tem (o da piscina, o do sporting, os Estad(i)os Unidos da América), das cantorias em inglês.
Enfim, tenho medo de me esquecer porque sei que (infelizmente) ele não se vai lembrar.