sexta-feira, maio 02, 2008

Hoje

Já consigo verbalizar o sucedido sem me emocionar de imediato. Descontadas as pieguices em que sou mestra, o que se sucedeu deixou-me de rastos. Pois é, quarta-feira dia trinta esqueci-me do lanche do dia da mãe na escola. Era às quatro e meia e eu não fui. Eclipsou-se da minha memória depois de na véspera ter comentado em jeito de brincadeira com a educadora que jamais me iria perdoar se faltasse. Pois bem, faltei. E chorei de choque, raiva e culpa quando cheguei atrasada, ainda por cima, e vi as mães já de saída. Atingiu-me como um raio o meu absurdo esquecimento. Ele lá andava bem disposto a ajudar as educadoras, estranhou as minhas lágrimas claro, mas ficou contente por me ver. Por muito que me digam que ele não sentiu e que esteve sempre bem, a imagem dele sem mãe ao pé dos outros com as suas respectivas faz-me doer o coração.

Sei que há coisas mais importantes, mas a ideia de que faltei a uma coisa destas porque me esqueci e estava preocupada em acabar de ler as duas páginas finais de um artigo, para que o dia fosse um bocadinho produtivo, persegue-me.

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