segunda-feira, julho 21, 2014

Nesta casa

Há lugar para todos. O mano, a mana e... o neto?
(obra da Laura, naturalmente)

O pai deu-lhe um beijinho de manhã

- Ai, pai picas, picas!
Eu entretanto passei por ela, chamou-me, tirou a chucha, e deu-me um beijinho repenicado.
- Tu não picas, mamã!
 :)

De cinzel na mão

Fomos à feira quinhentista, em S. Pedro de Sintra. Primeiro tímido, o Lourenço não queria experimentar (como não, ele adora estas coisas!). Depois lá se convenceu e, evidente, já não queria sair de lá.
Isto exprime muito do que ele é. Gosta de ver e, sobretudo, experimentar com as suas próprias mãos. Tem muitos interesses diferentes dos outros miúdos: adora a polícia judiciária, fazer experiências e saber como tudo se faz e funciona, inquieta-se com a ideia de que todos temos infinitos avós (todos temos um avô e esse avô teve avós, e assim sucessivamente).
Dizer que tem estado espetacular. Noto, desde o fim das aulas uma grande diferença nele. Muito mais controlado, menos impulsivo, ou pelo menos, a remediar a tempo de males maiores. Claro que a propensão para a asneira é grande, mas infinitamente menor do que já foi.
Está a crescer e, se tudo correr bem, na direcção certa.
:)

quinta-feira, julho 17, 2014

Imita-o em tudo

E fica muito irritada quando não consegue fazer exactamente o que ele faz (como as pulseiras por exemplo).

Só não pensei que ter um irmão lhe moldasse os interesses também.

Hoje levou um livro de obras para a escola. :)

Costumam picar-se dizendo

«A mãe é minha», ao que ela responde «O pai é da Laura». Ele diz «o pai é meu» e ela continua indefinidamente até alguém dar um berro e acabar com aquilo.
Um dia, mais irritada, saiu-se: «O pai é da Laura, a mãe é da Laura! São todos meus! Todos meus!»


Foi rir a bom rir.

Ao ouvir queixar-se que o pai estava «doentinho» sai da cozinha.

Quando, passado uns minutos, chegámos ao corredor lá vinha ela de termómetro na mão para ver se o pai tinha «febe».

(implicou subir à cadeira para alcançar o topo da cómoda)

quinta-feira, julho 10, 2014

Laura, vamos vestir o pijama

-Mamã, isto não chama-se pijama. Chama-se camisa. E isto é calcinhas.

(já cá não está quem falou!)

quarta-feira, julho 09, 2014

Lourenço

Foi um ano duro, difícil, e os resultados escolares (bastante bons) não dizem o duro que foi. A adaptação ao novo professor correu mal e o feitio difícil, com particular apetência para a provocação e para o desafio não facilitou. É um miúdo distraído, muito impulsivo, mas muito meigo.
Portanto, terminado o ano a sensação foi de alívio. E, exceptuando uma ou outra «crise», os dias têm corrido calmos e suaves.
A maior conquista foi sem dúvida o violino. Pu-lo lá porque achei que ia ajudá-lo com a concentração e o facto é que se não ajuda nisso (e eu acho que sim), tornou-se numa coisa de que gosta e que faz bem. Segundo o professor, o Lourenço não é perfeccionista, mas tem jeito e o facto é que dos miúdos que começaram este ano é o que toca mais.
Sempre disse que se uma pessoa lacrimeja quando vê um toddler num palco com ar assarapantado, o que seria quando um filho tocasse um instrumento. É uma emoção de facto, um orgulho.
Claro que ao início tivemos de batalhar um bocado (com este rapaz tudo é uma batalha, tudo), mas penso que foi uma aposta ganha. Uma lição de superação, de persistência, de disciplina e de harmonia.
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Laura

Nos últimos meses foram saltos atrás de saltos  no seu desenvolvimento. E saltos mesmo, porque aprendeu a saltar. É de morrer a rir, porque ainda é trapalhona, mas é inegável que já consegue tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo. Mas não são esses os saltos mais extraordinários. É a falar que ela se destaca mais. A falar, a cantar, a lembrar-se de tudo, mas tudo mesmo o que lhe acontece, o que vê e o que lhe lêem.
Continua a falar à norte, trocando os vês pelos bês, mas de resto tudo se entende. Depois há os clássicos "já fazi", "estou sujada", "carugu (canguru)" "não é chata é linda", «opá mãe, não se faz ixo!», que nos fazem rir a todos. Quando se despede de um de nós à porta, diz sempre "adeus, boa sorte!".

E é mesmo uma grande sorte que temos, em a ter.

Entretém-se imenso: organiza teatros para os bonecos (dá-lhes bolachas para se manterem sentados e ralha), brinca com os bebés, os puzzles, os brinquedos do mano, os livros, tudo a entretém. A asneira favorita ainda é tirar todos os toalhetes de pacote, para o que fecha a porta do quarto. Também se esconde para tirar roupas das gavetas .

Largou as fraldas com imensa facilidade no início de Junho. Foram dois dias, sendo que na primeira manhã sujou logo cinco pares de cuecas, fazendo antever o pior. Tirando um ou outro acidente (como anteontem, em que deixou uma pocinha no tapete do quarto do irmão, e ontem que deixou um cocó nas calças do pijama), tudo correu sobre rodas. Já pede sempre para fazer o xixi e avisa que quer fazer «bolinha» (don't ask, começou assim e assim ficou). Surpreendentemente, as fraldas da noite e da sesta têm aparecido sistematicamente secas. Tendo em conta os antecedentes familiares (meus) é mesmo muito estranho... Já não ando atenta às promoções das fraldas, o que também é novidade. Das boas.

Come quase tudo, embora estranhe coisas verdes na sopa e embirre com certas refeições em que come quase nada. Gosta muito de milho, beterraba e salsicha! O leitinho da noite, ocasional, envolve uma série de rituais: é o pai que faz, eu não posso entrar na cozinha, tenho de ficar à porta, enquanto ela conta umas senhoras que tenho numa fotografia. Também não pode pegar no leite, tenho de ser eu, para lho dar só quando já está na cama.

Quer fazer tudo sozinha. Vestir-se sobretudo, manifestando preferências. Não quer determinada camisola, determinados sapatos, escolhendo outros. Fugir da mãe é um dos seus entretens e esconder-se debaixo da cama também. Imita o mano em tudo, asneiras incluídas. Quando ele faz pulseiras ela também quer, embora, imagine-se só sabe empilhar elásticos. Vê-los a caminhar de mão dada e aos abraços é tudo aquilo que sempre desejei. Não que não embirrem constantemente também e com a mesma intensidade. Ele de ciúmes, ela de ciúmes também. É a vida... Mas é bom, tirando quando me querem os dois e disputam o colo.

Claro que já começa a dizer uns nãos, a fazer umas mini birras, a levantar a mão ocasionalmente. Faz parte e até agora tem estado tudo sob controlo.

Todos os dias dou graças por tê-la tido. Tão bom e tão boa tem sido para nós, fonte de permanente alegria.

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terça-feira, julho 01, 2014

O volume

Quando comecei este blogue, na altura para registar as evoluções do Lourenço, tinha muito mais tempo. Agora vejo isso, porque à distância as dificuldades passadas nada se parecem com os obstáculos presentes. Tenho tido muito que fazer, e quando tenho tempo, acabo por negligenciar o registo sistemático e metódico das novidades dos dois, agora dois, que crescem e nos ocupam os dias. Com coisas boas e coisas menos boas.

Depois, mesmo quando tenho tempo, há tantas coisas para contar e registar que esmoreço. Não está certo e é injusto para a Laura, sobretudo, que ficas sem essa memória. Sim, não tenho ilusões que tudo se esfumará no futuro. Não lhe saberei dizer que gracinhas dizia (e são tantas, tantas). Quanto ao Lourenço, já poderá ser protagonista das suas memórias. É-o, aliás e prova-nos isso frequentemente ao lembrar-se de episódios de que nem eu me lembro mais.

Ao ver por aí novidades e gracinhas alheias hoje, bateu-me a culpa e abri o blogger. Estou determinada a recuperar algum tempo perdido. A resgatar algumas memórias doces destes últimos tempos.

Segue-se, espero eu, uma torrente de posts