quarta-feira, julho 09, 2014

Laura

Nos últimos meses foram saltos atrás de saltos  no seu desenvolvimento. E saltos mesmo, porque aprendeu a saltar. É de morrer a rir, porque ainda é trapalhona, mas é inegável que já consegue tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo. Mas não são esses os saltos mais extraordinários. É a falar que ela se destaca mais. A falar, a cantar, a lembrar-se de tudo, mas tudo mesmo o que lhe acontece, o que vê e o que lhe lêem.
Continua a falar à norte, trocando os vês pelos bês, mas de resto tudo se entende. Depois há os clássicos "já fazi", "estou sujada", "carugu (canguru)" "não é chata é linda", «opá mãe, não se faz ixo!», que nos fazem rir a todos. Quando se despede de um de nós à porta, diz sempre "adeus, boa sorte!".

E é mesmo uma grande sorte que temos, em a ter.

Entretém-se imenso: organiza teatros para os bonecos (dá-lhes bolachas para se manterem sentados e ralha), brinca com os bebés, os puzzles, os brinquedos do mano, os livros, tudo a entretém. A asneira favorita ainda é tirar todos os toalhetes de pacote, para o que fecha a porta do quarto. Também se esconde para tirar roupas das gavetas .

Largou as fraldas com imensa facilidade no início de Junho. Foram dois dias, sendo que na primeira manhã sujou logo cinco pares de cuecas, fazendo antever o pior. Tirando um ou outro acidente (como anteontem, em que deixou uma pocinha no tapete do quarto do irmão, e ontem que deixou um cocó nas calças do pijama), tudo correu sobre rodas. Já pede sempre para fazer o xixi e avisa que quer fazer «bolinha» (don't ask, começou assim e assim ficou). Surpreendentemente, as fraldas da noite e da sesta têm aparecido sistematicamente secas. Tendo em conta os antecedentes familiares (meus) é mesmo muito estranho... Já não ando atenta às promoções das fraldas, o que também é novidade. Das boas.

Come quase tudo, embora estranhe coisas verdes na sopa e embirre com certas refeições em que come quase nada. Gosta muito de milho, beterraba e salsicha! O leitinho da noite, ocasional, envolve uma série de rituais: é o pai que faz, eu não posso entrar na cozinha, tenho de ficar à porta, enquanto ela conta umas senhoras que tenho numa fotografia. Também não pode pegar no leite, tenho de ser eu, para lho dar só quando já está na cama.

Quer fazer tudo sozinha. Vestir-se sobretudo, manifestando preferências. Não quer determinada camisola, determinados sapatos, escolhendo outros. Fugir da mãe é um dos seus entretens e esconder-se debaixo da cama também. Imita o mano em tudo, asneiras incluídas. Quando ele faz pulseiras ela também quer, embora, imagine-se só sabe empilhar elásticos. Vê-los a caminhar de mão dada e aos abraços é tudo aquilo que sempre desejei. Não que não embirrem constantemente também e com a mesma intensidade. Ele de ciúmes, ela de ciúmes também. É a vida... Mas é bom, tirando quando me querem os dois e disputam o colo.

Claro que já começa a dizer uns nãos, a fazer umas mini birras, a levantar a mão ocasionalmente. Faz parte e até agora tem estado tudo sob controlo.

Todos os dias dou graças por tê-la tido. Tão bom e tão boa tem sido para nós, fonte de permanente alegria.

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1 comentário:

Brown Eyes disse...

É e está linda. É uma benção de facto; por vezes penso em como gostaria dse passar por uma experiência dessas, feliz e dar essa parte à Rita (da parte do progenitor já tem 2 meios irmãos - depois conto-te).
Quanto às fraldas, bem, que máximo. A Rita ainda usa para dormir e acorda carregada de xixis. Em parte por minha culpa que não consigo acordar 2 vezes a meio da noite para a pôr a fazer xixi.
Nas férias vai ser uma prioridade.

Bjs