terça-feira, março 11, 2008

Por estes dias

Sofro de inquietude. Não da má, ansiedade com o futuro próximo ou por causa de demasiada quietude. Aí sei o que fazer, sair, ver pessoas, conviver devolve-me o equilíbrio. A minha inquietude de hoje tem a ver com um parto que se aproxima. Um bebé especial, nascido da barriga da amiga mais antiga. Temos partilhado mais tempo do que o costume estes últimos dias de preparativos e, apesar de já não termos 15 anos e termos vidas a sério, é poderoso o sentimento que nos une a alguém como se fossemos irmãs. Foi uma amizade improvável, se calhar. Não fosse o Ginásio Clube Português, perto da minha casa, nunca teríamos passado tardes a conversar em cima da cama, discordando em tanta coisa, mas empatizando na atitude, na lealdade, no fundamental. Manteve-se assim ao longo de anos de conversas intermináveis às quais nunca falta assunto, do banal ao essencial. E por maior que fosse a distância conjuntural (fases da vida e algumas chatices também, por causas tão importantes como a roupa, por exemplo) sempre a quis perto nos momentos importantes. Se havia alguém que fazia sentido estar perto era ela. E esteve sempre, assim como eu sempre estive lá, nos bons e maus momentos (saindo a correr para estar perto, mesmo que as palavras faltassem). Não é, por isso, nada estranho que ela tenha sido a primeira pessoa, para além do pai e da avó, a conhecer o Lourenço.
É com uma emoção indescritível (inquietude, lá está) que acompanho as últimas horas (e as novidades e os preparativos) antes da chegada do Manuel, que nascerá amanhã sem falta. O meu novo «sobrinho» não podia ter melhor mãe.

Adenda: já não há certezas que nasça amanhã, virá quando tiver de ser...

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