segunda-feira, julho 29, 2013

A ausência de escritos

Não está  relacionada com ausência de momentos dignos de registo.
Aliás, é com frequência que digo para mim mesma, tenho de registar isto, porque senão vou-me esquecer. Como o hábito que a menina Laura tem de recusar calçar sapatos, e a fona com que vai buscar os seus sapatos cor-de-rosa e pede "calxa, calxa". O facto de gostar de arrumar os sapatos (papos) que ela desarruma. Ou a enormidade de coisas que diz, a facilidade com que se explica através do verbo. Ou o facto de nos chamar pelo nome e pelo parentesco (é uma ternurinha ouvi-la chamar pelo maum ou pelo ênxo). Ou do seu amor pelo primo Pedro a que já chamou de pêpo e agora de pêdlo, assim mesmo. Ah, não me posso esquecer que sábado comeu a comida toda so-zi-nha, à excepção das últimas três colheres de sopa. Achei fantástico. O facto de nos imitar em tudo, nos gestos e nos hábitos, revelando imenso sentido de observação. Não quero esquecer-me nunca de como diz água: arla (bebe tanta meu deus!). Adora a mota do pai e todas as motas por sinal, chama-lhe bota, e não há quem a convença a mudar para o éme. Até o facto de ser uma alpinista e coleccionadora de galos na cabeça (escala tudo, empoleira-se em todo o lado) tem graça. Queria, sobretudo, guardar os abracinhos com palmadinhas nas costas para sempre.
Só (Já?) tem 16 meses este nosso doce.
Um bem haja para ti, Laurinha.

1 comentário:

Brown Eyes disse...

Fico enternecida com as tuas palavras.