quarta-feira, setembro 29, 2010

Mãe,

Olha ali um «poste de atenção*»

*alta tensão

domingo, setembro 26, 2010

O Museu da Electricidade

Doravante será conhecido como a fábrica (ou frábica, que não há meio de acertar). Foi tão bom ou tão pouco que quando saiu disse:
- Mãe podemos cá vir todos os dias?

Hoje

Ao avistar o Tejo a caminho do Museu da Electricidade disse:
-Ai mãe, o mundo é tão bonito!

sábado, setembro 25, 2010

A vida dá umas cambalhotas

E a minha (nossa) também deu.

Chego tarde a casa, mas ele está acordado ainda, para me dar um beijinho.
No escuro do quarto diz-me baixinho:
-Mãe, não quero que sejas professora... (suspiro) quero que sejas só mamã...

(anda numa fase de profundo agarramento aos pais)

quinta-feira, setembro 16, 2010

Hoje a fazer pinturas

-Então não fazes uma pessoa?
-Não, isto é um país onde não há pessoas, só coisas.

*Na escola deparei-me com um desenho onde se desenhou a ele, enorme, e ao pai "a despejar o lixo na reciclagem".

Para complementar

Uma semana cheia de médicos, fomos forçados a ir à urgência (na véspera da consulta de dentista) porque o apareceu-lhe um derrame pequenino num olho, já de si castigado por uma inflamação alérgica há semanas.
Primeiro Estefânia, onde me garantiram pelo telefone haver urgências de oftalmologia. Era mentira não tinham.
A pediatra confirma pelo telefone que tem de ser visto é por um oftalmologista. Sugeriu os privados, por não ter a certeza se o aceitavam em Sta. Maria.
Já na Luz foi visto por uma pediatra e de assinalar só a reacção hilariante quando o Lourenço percebeu que ela estava grávida. Fico vermelho que nem um tomate e agarrou-se a mim cheio de vergonha (ele anda fascinado pela origem da vida, digamos). Depois seguimos para oftalmologia. Uma hora depois lá somos atendidos e, apesar de uma breve resistência inicial, ele portou-se lindamente, colaborou com tudo e até deixou que lhe enfiassem um cotonete no olho. Veredicto um pequeno corte feito possivelmente por uma unha (cortadas na véspera) enquanto coçava o olho. Remédio? Como não se pode por betadine nos olhos põe-se antibiótico.

Livra que ultimamente tudo lhe acontece!

Afinal

O dente que caiu não caiu devido a traumatismo. O que aliás é coerente com o facto de ninguém (em casa ou na escola) se lembrar de nenhuma queda aparatosa.
O dente caiu, disse o dentista (onde ele se portou lindamente), porque o Lourenço é o detentor de um dente de leite extra-numerário que fez com que o primeiro caísse*.
Ou seja, ele não é bem batráquio. É mais tubarão.

*pelo que pude perceber é um dente que a nascer vai ter de ser extraído, pelo que mais valia não te-lo. De qualquer forma é mais um sinal de que cá em casa, à excepção de moi même, só vivem aves raras.

Ora bem

-Ó mãe, antes de nascer onde é que estávamos? Estávamos morridos?

sábado, setembro 11, 2010

Aos quatro anos e quase meio

O Lourenço deixou as fraldas de noite, registando-se apenas dois acidentes até ao momento.
...

O Lourenço perdeu o dente da frente. Não porque tivesse de ser, mas porque algum traumatismo o fez abanar e perde-lo era uma questão de tempo, embora tivesse consulta marcada para a semana para justamente ver se fixavam o dente. Quis o destino que fosse na creche, na relva, e que eu não estivesse cá. Recebi a notícia por mms e fiquei agarrada ao telemóvel incrédula a pensar se não fui despiciente quando achei que podia esperar mais uns dias. Consolou-me uma colega, com um filho da mesma idade que só me disse «olha, o meu está sem o dente da frente já há um ano...»
Ainda mal me refiz do choque.

...

O Lourenço acorda com questões filosóficas todos os dias quase que nos obrigam a pensar quando o cérebro ainda está a dormir. Hoje perguntava-me se na verdade nós também éramos animais. Sim, somos animais racionais. Então as minhas mãos são patas. Errrrr here we go again...E assim começa o dia.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Continua demasiado literal

De manhã ainda com sono o pai diz:
-Estás molinho é?
Ele apalpa-se e responde:
-Sim, não vês, estou molinho olha aqui.

As crianças e o sentido de oportunidade

Para a minha prima:
-Porque é que tens os dentes tão tortos?

No carro dos amigos:
-Este carro está «aimundo». Prometes que vais lavar o carro?

A nova mania é

Quando ralho começa a repetir ipsis verbis aquilo que eu digo e a contribuir para o aumento do meu nível de irritação. Até ao momento em que replico:
-Agora diz lá o que eu vou dizer: vais ficar de castigo uma semana sem ver nada no youtube.
É o repetes.


Ou então quando é contrariado sair-lhe entredentes a palavra porcalhota (o cúmulo do insulto para ele).

Ou, por último, virar-se para nós e dizer coisas do estilo: «eu faço-te sempre as vontades e tu estás sempre a dizer que não quando eu te peço alguma coisa!» e a minha favorita «vá controla a tua raiva!»

É um lindo espelho este rapaz (tirando o porcalhota, claro, que nunca me ouviu chamar a ninguém).

Fez uma birra imensa

Para ir à festa de aniversário no jardim zoológico. Não queria que eu não fosse. Esperneou, gritou, chorou, enfim, parecia o primeiro dia de escola.
Parece que demorou dois segundos a calar-se. Três para começar a apreciar.
À saída confessou:
-Aquilo afinal era muito divertido!*

(ai santa paciência... ainda bem que não cedi quando implorou que o levasse para o carro)

* Gostou dos bichos e das regas automáticas que davam para a piscina (vá lá entender os fascínios das crianças)

Como continua a insistir que corpo humano

É o mesmo que dizer corpo do mano. Lembrei-me de mais uma:

- E tu? Demoras nesta casa?