sábado, dezembro 26, 2009

Pinheiro update

O tipo está depenado, as folhas caem que nem tordos e não sei se reguei demais ou de menos. Com as pessoas a passar estes dias então, foi o descalabro. No outro dia até lacrimejei, achando que estava a matar a árvore.
Esta experiência talvez tenha sido uma forma de dizer que a minha vocação é mesmo cuidar de pinheiro de plástico.
Agora é fazer um countdown até dia 7 (data da devolução do dito).

Skiping in.

O skype e as webcams permitiram que partilhássemos um pouco da consoada com parte da família sedeada na Alemanha (o sobrinho neto fez ontem um ano!). A neve que o Lourenço tanta esperança tinha de ver chegar com o Natal (Ó mãe, no Natal neva...!) lá apareceu por via do ecrã, segura nas mãos das tias (ó mãe, afinal parece gelo!).
Depois, tendo o Pai Natal já passado por lá, disseram ao Lourenço que o tinham mandado directo para cá. Assim se estabeleceram pontes sobre os milhares de quilometros que nos mantém afastados nesta época (em que nos custa especialmente a distância).

Enfiou

O dedo no pacote do açúcar. Lambeu e disse:

-Mãe, este sal é bué* da bom!

*palavra recorrente em expressões como bué da avariado, bué da fixe e quejandos.

O pai natal é mesmo meu amigo.

A véspera de Natal foi passada em constante birra com intervalo para a sesta. A excitação é demasiada, mas a fase é de afirmação extrema da personalidade, pelo que a primeira coisa que lhe sai da boca é sempre um rotundo não. Enfim, lá foi ajudando aqui e ali, sempre à espera do Pai Natal que «estava a demorar muito imenso tempo».
Chegada a hora, deixámos os sacos lá fora e tocámos à campainha. Ele foi abrir e a cara dele de espanto é indescritível. Sem surpresa, o que gostou mais foi da retro-escavadora que valeu pulinhos de alegria e um sentido «o pai Natal é mesmo meu amigo!». Na verdade aquilo tinha-lhe bastado. Nem ao cilindro ligou muito. Desde então que dorme agarradinho à pá da escavadora (cada miúdo a sua mania).
De resto tem brincado com tudo: divide o seu tempo pelas brincadeiras e diga-se de passagem que com o Natal, tem agora uma autêntica frota de veículos para obras, de várias escalas e qualidades. Assim uma espécie de Soares da Costa caseira ou assim.
No dia de Natal, já com a presença dos primos e da Daniela tive o gosto de os ver brincar os quatro à mesma coisa. Com idades que vão dos três aos doze não deixa de ser obra.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Boas Festas em cantorias


* É o melhor que se consegue de um miúdo gozão que gosta de provocar e que está naquela fase bastante parva em que qualquer elemento escatológico é tido como uma piada.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Carinha marota

Em dia de galo gordo. Gostou tanto que desde então não canta outra coisa. Ao princípio teve vergonha de bater palmas(!?) mas depois lá relaxou e apreciou. Ele e o amigo Pedro pareciam ligados à electricidade, mas também aí nada de novo.
Sempre que ouve o cd lembra-se do senhor cantor e reconhece as canções que ouviu no teatro. Lembrava-se inclusivamente que o músico tinha calças brancas, coisa que confirmei depois nas fotos.
É um observador*.

* Num livro perguntou imediatamente porque é que numa página a vela de um barco estava levantada, e na seguinte não estava. Tive de ir ver, porque apesar de ser o livro do momento (O sapo é um herói) nunca tinha reparado.

Entretém favorito

Ver escavadoras, máquinas do alcatrão e cilindros no Youtube.

Ainda no Centro Comercial

A primeira interacção com um Pai Natal (diga-se de passagem que o deixou desconfiado, aquelas barbas não lhe pareceram verdadeiras, suspeito).

Entrou na casinha, só se enrolou nas minhas pernas moderadamente. O Pai Natal quis interagir com ele cumprimentando-o e dando a mão para um passou bem.
-Olá, como te chamas blablabla, dá cá um passou bem.

(pausa e olhar desconfiado do Lourenço para a mão enluvada)

-Não, está suja.

(e não é que estava imunda de tintas que os miudos levam dos desenhos que estiveram a fazer cá fora?)

O Lourenço

Não liga muito à roupa. Não pede coisas especiais, não faz fitas com o que escolhemos, com excepção raras em relação às cuecas das escavadoras ou do faísca. Constatando que lhe sobrava apenas um par de sapatos que lhe servisse (dos dois que estavam a uso) fomos comprar uns, já adivinhando que seria uma fita porque ele não gosta de coisas novas.
Na loja escolho dois ou três pares para ele experimentar. Ele olha para uns (os mais giros por acaso) e diz:
- Mãe isso são umas botas?
-São, por acaso são?
- Posso levar? O Gonçalo tem umas botas e eu também quero.
(?????)
-Tens de experimentar.
Experimentou e já nem quis tirar. Ficou tão orgulhoso e vaidoso! Noutra loja tentei comprar uns ténis, mas nem pensar em tirar as suas botas para experimentar os ténis, gritou-me imediatamente:
-Eu quero estes, eu levo estes, eu só quero estes!

No parque de estacionamento

- Ó mãe conduzes tão bem!
-O quê?
-Conduzes bem, assim com as rodas a rodar...

(pronto, está bem!)

Faz demasiado tempo

Que não escrevo. Logo agora que está tão engraçado, sempre com observações oportunas e surpreendentes. Também anda birrento e maniento, mas isso já é costume.
Canta imenso, pergunta tudo, anda fascinado com o Natal. Está verdadeiramente crescido o que é bom, mas assustador. Já pouco resta do bebé Lourenço.
Repete muito, para nosso prazer:
«Gosto muito de ti. És linda!».

terça-feira, dezembro 01, 2009

Não sei se não acabei

Por comprar o maior pinheiro que lá havia. É que, olhando agora para ele já montado, vejo como é mesmo grande e volumoso.
Tudo isto porque, inspirada pela Ana Rute, fui comprar um pinheiro verdadeiro ao IKEA, com a promessa de que será replantado. Mas quase desisti. Não fosse o entusiasmo do pequeno, meu companheiro nas aventuras de fim de tarde, juro que desistia. Eram pesadíssimos, picavam e estavam numas caixas com outros por cima. Logo se esvaiu o espírito natalício. Na verdade, não percebo nada de pinheiros. Não sei como ver se são bons, se estão bons, como é que devem parecer. Ideia peregrina portanto. Como não sou de desistir, lá comprei, praguejando entredentes, e trouxe-o a custo para casa. Os transtornos causados pelo pinheiro não ficam, porém, por aqui.
Com a excitação de fazer a árvore, o Lourenço acordou mais cedo hoje (note to self: nunca anunciar programas para o dia seguinte, acorda sempre mais cedo com o sentido na promessa da noite anterior). Depois de nos chatear até à medula, teve mesmo de esperar por depois da sesta que a manhã serviu para montar a árvore num vaso (mais um elemento a ajudar à categoria de «ideia peregrina». Depois, revelou-se um ajudante diligente, algo apressado, mas muito entusiasmado, sobretudo com as luzes. No fim, sentámos-nos os dois no tapete a mirar a obra.

- Está linda, mãe.

E pronto, fiz as pazes com o pinheiro.

Top 5 de frases mais repetidas cá em casa

- Não mexas.
-Está quieto.
-Já te disse que não é para mexer.
-Sai daí/daqui.
-Quantas vezes é preciso dizer para não mexeres em tudo.

*Na escola a alcunha dele é mãozinhas. É um desespero (principalmente em dia feriado em que não saiu de casa).