sexta-feira, novembro 28, 2008

Este ano já associa

A profusão de luzes com o natáli.

Já conversava muito

Mas cada vez a coisa está mais elaborada.

* qualquercoisaqualquercoisa, pixebes? (influência da mãe)

* apontando para um cotão no chão: óia ali mamã, que pucaria, foooooogo/booooolas/pôoooooxa! (influência da Inês, sobretudo)

* chegou a casa e viu a sala mudada: o que acontexeu à xala, tá ao contário, foooooogo!

*cruza os braços atabalhoadamente e vira-se para o outro lado: tou zangado contico! Não tou a rir, ouviste? (esta deve ser influência da creche).

*seguro a chucha com a boca enquanto abro a toalha com as mãos, para o tirar do banho. Tira-me a chuhca com força e exclama: axim não pexebo nada! (é o que lhe faço quando tenta conversar com a dita na boca!)

*pomos-lhe o soro no nariz a contragosto (o naíz do Louenxo tá muito sujo? Tá?). A seguir exige fazer o mesmo ao Cacá. Segura-o e diz: Vá tem de ser, um dois três. Ponto agóia tá muito limpinho! (tal e qual o que fazemos).
*A corrigir: ouvistis, dissestes, fizestis, voltastis (influência da educadora cujo português podia ser mais aprimorado, mas enfim.)

terça-feira, novembro 25, 2008

De madrugada

Um sorriso enorme: Mamã, voltastis! Onde foste? Porquê? Onde estavas? Porquê? Mamã!!!
(* e de rajada contou-me que a casa estava limpa, que tinha ido lavar o carro, que já não tinha dói-dói no joelho - e isso aconteceu no verão - and so on and so on...)

Não há nada, mas nada, como o regresso a casa quando lá nos esperam os nossos amores.

sábado, novembro 22, 2008

Menti


A conferência até foi interessante. Os convívios melhores ainda, muito chope, samba e colesterol (credo). Hoje já iniciámos o circuito do ouro, por ouro preto, precisamente. Lindo de morrer... só dispensava a chuva mesmo. Aqui, hoje pelo menos, parece Sintra. Com isso ninguém contava (com a chuva e o frio)... Valha a boa disposição!

(*O skype salva vidas e ajuda a matar saudades)

quinta-feira, novembro 20, 2008

O Lourenço

Está convencido que não saí do avião. Parti e lá fiquei, trabalhando. Ontem pelo skype so dizia: mamã!! Com muito espanto e entusiasmo. As sauades são imensas, claro.
A conferência é uma seca, localizada num hotel num arrebalde de Belo Horizonte, donde praticamente não saímos. Chove e quase que faz frio. Atravessa uma pessoa o Atlântico para isto. Vá lá que o jantar ontem, uma overdose de colestrol, custou 5 euros.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Estou de partida

Uma semana fora num congresso. Deixo-os cá e lá vou de coração apertado, sem perceber bem se se a aflição se deve ao facto de viajar sem no fundo querer (tem sempre os seus riscos) se se deve a uma tal de voz interior que me diz que não devia ir mesmo.
Mas vou, claro, uma semana.
O Lourenço* percebeu vagamente que vou andar de avião e que vou trabalhar, espero que não se zangue comigo: levo a webcam para que me veja lá longe do outro lado do ecrã.
Se puder postarei as saudades (vantagens de ter internet em todo o lado). E sim, é possível sentir saudades por antecipação.

*tentei filmar o Lourenço a cantar uma tal canção da chuva pic e pic... que molha tudo e tudo molha... e no fim alguém faz atxim. Uma delícia. Já sabe tantas canções o meu boneco!

Digo-lhe que tem de fazer fuminhos (está com tosse e meio constipado)

Não esconde o entusiasmo e diz: Louenxo tá doente, xim?

Para adormecer (anda chato...)

Sussurrava-lhe uma canção e lembrei-me de lhe dar palmadinhas nas costas como quando era bebé. Nem três segundos e vira-se para mim: ó mamã, páia com isso! páia!
Pronto, já cá não está quem falou.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Na caixa do correio

Às vezes, muito raramente, há outras coisas além de contas e publicidade. Um postal da Filipa, pois claro, esperava por nós ontem. Lacrimejei, para não variar, mas isso sou eu que sou uma piegas. Imaginei-a lá naquele Outono multicolor que cá não temos e, estando ela na América, tudo me pareceu um filme (bom).
Temos saudades.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Cá em casa

A Inês é massacrada com a escola. Não que ache que o massacre seja uma técnica educativa muito boa, mas porque com ela só resulta assim. Já lhe disse que há pessoas (alunos) de todos os tipos: uns precisam de estudar e trabalhar mais que outros para ter os mesmos resultados. E que o truque para nos safarmos bem no percurso é perceber que tipo de aluno somos para não termos dissabores. Ontem trouxe uma negativa a inglês para casa... lá levou mais um sermão de tens-de- trabalhar-mais-e-estar-mais-atenta (acho que ela não é como eu e as minhas irmãs que sempre fomos naturals a línguas, vai ter mesmo de se esforçar). Hoje, ligou-me agora mesmo, recebeu um muito bom a matemática.
Espero que perceba, finalmente, que apesar do estudo ser chato (que é), compensam as alegrias de sentir que é capaz.

Tá giro ele...

Babycenter.com rules!

Os tipos são mesmo espertos e adivinham o que se passa cá em casa ou, hipótese francamente mais realista, os miúdos são todos iguais. Ontem na caixa de e-mail:

"The Power of "No"

When would a child say "no" to ice cream? When she's a 2-year-old in defiant mode who's enamored with the word "no." Hearing the word a lot from your preschooler doesn't mean she has a negative personality. Rather, she's finding out that she has her own personality, and "no" is a good way to let Mom or Dad know she disagrees. Some twos get so entrenched in the word that it's their favorite response, no matter what the question."

A brincar

Com os bonecos (tenho de lhe arranjar um boneco humano, os dele são só animais). Dizia: oláaaaaa meu amóooooi! Tou aqui!

segunda-feira, novembro 10, 2008

Já aconteceu

Um de nós ralhar com ele. Põe-se a chorar. Depois o outro vai lá e pergunta o que aconteceu e ele responde: foi a lua, batê-me.
(Aldrabãozinho)

Basta dar algum sinal que me magoei

(A sério ou a brincar) que diz prontamente: já passou tábem? tou aqui, não chóia... Às vezes acrescenta: podes choái à vontade...

Ontem fomos cortar o cabelo

No fim ele estava tão cool, tão cool, que parecia uma mini-personagem dos Morangos com Açúcar (versão creche).

sábado, novembro 08, 2008

Ontem

Coisas que fazem os pais felizes:
Chegou à cozinha e perguntou: e a minha sopinha? (comeu-a sem um ai)
Depois comeu um prato de risotto (e pediu muito queijinho), pediu mais outro e ainda se lançou ao terceiro, que não acabou. Só dizia: hmm hmmm, tá muito bom!
No fim ainda limpou uma banana enorme.
A falta de apetite, no caso do Lourenço, só é sintoma de mau feitio.

Já não o engano assim

Brincadeira de fingir que lhe arranco o nariz. Exibo, pateta, o meu polegar como se fosse o seu narizinho (pequenino). Responde prontamente: não é não, o meu nariz tá p(r)eso, óia!

Foi a casa da avó

E quando eu cheguei disse-me: a avó Odete cotou o cabelo! Tá assim colado (curto, presumo)!

quinta-feira, novembro 06, 2008

Tiro-lhe o pijama

E enquanto não visto a camisola, encosta a mão ao peito e pergunta: a minha bafiga está fria, tá fesquinha?

*
No outro dia indagava para onde ia a carninha, o arroz, o peixinho, a sopa e a banana... vai para a barriga do Lourenço, respondo. Quéio vei, acrescenta, enquanto levanta a camisola... Fartei-me de rir.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Há muito tempo

Vai fazer dia 9 dezanove anos a minha mãe chamou-me e disse: vê com atenção e não te esqueças nunca, que hoje é um dia histórico. E eu não esqueci. Caía o muro em Berlim e desde então, eu que sempre adorei história, tornei este acontecimento no meu favorito da história contemporânea. Pesquisei, vi documentários, emocionei-me mais tarde sempre que via o momento em que as pessoas passavam as cancelas para o outro lado.
Hoje pude sentir as emoções no presente (embora a Fili me bata aos pontos em termos de proximidade). Não deixei de dizer o mesmo à Inês, o Lourenço é pequeno para isso, e expliquei-lhe o quão de histórico tem este dia e como a esperança é um bem inestimável. Fico feliz por ser para ela alienígena imaginar um mundo em que as mulheres não votavam e os negros não podiam partilhar lugares com os brancos.
Oxalá não se esqueça deste dia (nem do que significa) e que possa um dia contar ao primo "sobre o dia em que elegeram um negro para presidente dos Estados Unidos".

Ontem

Um fim de tarde sem birras valeu-lhe uma mini estação de serviço (a de madeira). Gostou tanto, mas tanto, que brincou, brincou, brincou (que significa pôs gasolina e lavou os dois carros incluídos dúzias de vezes) até já não poder mais. Hoje de manhã, depois de perguntar pelo papá e pela Inês, perguntou imediatamente pela figona gandi, e até já nem queria ir para a cozinha comer.
Há presentes certeiros e este foi, certamente um deles.

* Detesto gastar dinheiro em brinquedos inúteis e tenho aversão aos (inevitáveis, ainda assim) amontoados de cacarecos (plásticos). Penso sempre imenso antes de gastar dinheiro num brinquedo (pensando bem, faço o mesmo com os sapatos, manias enfim.)

segunda-feira, novembro 03, 2008

Ora bolas


Ontem descobri que havia isto: fiquei tentada (embora a outra seja mais interessante enquanto brinquedo, não sei se o Lourenço não acharia mais graça a esta - dá para brincar com água e tudo!)

Devia ter tirado uma foto

À mesa do restaurante. Ao jantar de nós os três (mais um amigo a quem fizemos baby sitting) juntaram-se mais três, e depois outros três. Portaram-se todos (os míudos) muito bem, mas credo, é tanta a porcaria que fica no fim, que não posso deixar de pensar que nós somos aquele tipo de clientes (que ainda por cima pronunciam a palavre cocó alto e sem pudor) de que os outros (clientes) fogem e desprezam.

Já o terceiro ou quarto dia

Que acorda a cantar. Ouço-o ao longe a entoar o pacacaio loio, ou o era uma vez um rei. A boa disposição ao acordar, no entanto, não se mantém ao longo do dia. Ontem, por exemplo, esteve chato mas chato. Livra! Choramingas, teimoso, com muitos nãos e arremessos sempre prontos a sair. Eu sei que vem nos livros e faz parte já o pai pergunta-se se são todos assim.
São, sim, às vezes até piores.